A presente dissertação tem como objetivo analisar características clínicas e 12 epidemiológicas da esporotricose canina e felina na região Sul do Rio Grande do Sul, 13 durante o período de 2007 a 2018, assim como analisar a taxa de incidência de 14 esporotricose felina nessa região durante o período de 2013 a 2018 e construir 15 modelos de séries temporais capazes de representar e predizer a incidência da 16 enfermidade nos anos subsequentes na região. Para isso foram utilizados 288 casos 17 de esporotricose felina e 69 casos de esporotricose canina diagnosticados no Centro 18 de Diagnóstico e Pesquisa em Micologia Veterinária da Universidade Federal de 19 Pelotas durante o período de 2007 a 2018. Foi observado que a enfermidade afetou 20 predominantemente animais de sexo masculino (75,2% e 56,5% em felinos e caninos, 21 respectivamente), sem raça definida (SRD) (94,2% e 53,6% em felinos e caninos, 22 respectivamente), adultos (60,5% e 69,6% em felinos e caninos, respectivamente), 23 que apresentaram tempo de evolução da enfermidade até três meses com lesões 24 ulceradas sendo o sinal clínico predominante. Também foi observado que os casos 25 caninos da enfermidade apresentaram, em sua totalidade, a espécie fúngica 26 Sporothrix brasiliensis como agente etiológico e que, em ambas as espécies animais, 27 a realização de tratamento prévio ao diagnóstico apresentou associação significativa 28 (p < 0,05) com o tempo de evolução mais longo da enfermidade. Com relação aos 29 modelos de séries temporais, foi observado que o modelo ARMA (6,6) incompleto em 30 AR (2, 4, 6) e MA (2, 4), foi considerado o mais adequado, prevendo elevado número 31 de casos para 2019 no Município de Pelotas, enquanto que o modelo matemático 32 suscetível-infectado-suscetível demonstrou que o caráter epidêmico da enfermidade 33 na região, com tendência a crescimento exponencial e previsão de número superior a 34 10.000 felinos infectados nos próximos 25 anos (2021 – 2044). Esta dissertação é 35 composta por três artigos científicos referente à análise clínico-epidemiológica da 36 esporotricose canina na Região Sul do Rio Grande do Sul; avaliação clínico-37 epidemiológica e de fatores de risco, e análise de série temporal para esporotricose 38 felina no Município de Pelotas/RS; e simulação da dinâmica de transmissão da 39 esporotricose felina no meio urbano através do modelo SIS.