Os oceanos são ambientes aquáticos únicos, consistindo em uma fonte promissora de produtos naturais. Os compostos bioativos de origem marinha têm se tornado cada vez mais importante no desenvolvimento de alimentos funcionais e de novas drogas. As algas, uma das primeiras formas de vida na Terra, dominam a vegetação marinha e estão envolvidas diretamente com a produção primária, retenção de nutrientes e diversidade dos oceanos. O presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial biológico dos extratos etanólicos das macroalgas marinhas vermelhas Bryothamnion seaforthii e B. triquetrum, denominados, respectivamente, BS e BT. Extratos etanólicos de cada uma dessas macroalgas foram preparados na proporção 1:10 (p/V) e avaliados especificamente quanto ao conteúdo de compostos fenólicos totais (CFT), teor de flavonoides (TF), atividade antioxidante in vitro (capacidade de sequestro do radical DPPH, poder de quelação de íons ferrosos (FIC), poder de redução de íons férricos (FRAP) e atividade inibitória do branqueamento do β-caroteno (BCB)), atividade antimicrobiana (atividade antibacteriana e atividade antibiofilme) e atividade fitotóxica frente a sementes de pepino Cucumis sativus. Os extratos apresentaram rendimentos (%) de 0,82 ± 0,11 (BS) e 0,98 ± 0,08 (BT) e foram mantidos a –24°C até o momento das análises. Os valores de CFT, expressos em mg EAG/g extrato, foram 34,23 ± 1,78 (BS) e 34,57 ± 1,76 (BT). Os valores de TF, expressos em mg EQ/g extrato, foram 52,38 ± 3,44 (BS) e 47,18 ± 3,68 (BT). A atividade antioxidante in vitro (DPPH, FIC e FRAP) dos extratos BS e BT foi menor do que a dos controles. Entretanto, a atividade antioxidante dos extratos BS e BT, medida pelo BCB, não apresentou diferença significativa (p > 0,05), quando comparada com àquela do ácido ascórbico, usado como controle, indicando grande eficácia, com valores de EC50 inferiores a 50 μg/mL. Não foi observada atividade antimicrobiana nos extratos BS e BT. Os extratos BS e BT não apresentaram fitotoxicidade nos ensaios de germinação frente às sementes de pepino. O estudo sugere uma avaliação mais aprofundada das macroalgas marinhas Bryothamnion seaforthii e B. triquetrum diante das suas potenciais aptidões para indústria de alimento, agronômica e terapêutica.