Objetivou-se avaliar o efeito da utilização dos diferentes sistemas de irrigação e frequências de corte no cultivo da palma forrageira. A pesquisa foi realizada na região Semiárida, no município de Russas, no estado do Ceará, Brasil. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados em parcelas subdivididas, com quatro sistemas de irrigação e quatro frequências de corte, com quatro repetições. As parcelas foram representadas pelos sistemas de irrigação (gotejamento superficial, microaspersão, micro spray jet e aspersão convencional) e as subparcelas pela frequência de corte (6, 9, 12 e 18 meses). O espaçamento utilizado foi de 1,60 m x 0,40 m x 0,14 m, que proporcionou um adensamento de 70.000 plantas ha-1. O período de execução do experimento foi de dezembro de 2016 a janeiro de 2019. Definiu-se um turno de rega de dois dias, utilizando-se 5,0 mm de lâmina bruta de água (2,5 mm.dia-1), manejo estabelecido igualmente para todos os sistemas de irrigação avaliados. Foram analisadas variáveis morfométricas, produtivas e de relações hídricas da palma forrageira cv. Orelha de Elefante Mexicana (Opuntia stricta (Haw.) Haw.). Os fatores frequência de corte e sistema de irrigação influenciaram a maioria das características morfológicas e produtivas avaliadas. Observou-se que a frequência de corte apresentou efeito linear positivo para as variáveis altura final da planta, número de cladódios de 1ª ordem e produção de massa seca de cladódios de 2ª e 3a ordem. Apresentou efeito linear positivo no índice de área de cladódio colhível, sendo o maior observado na frequência de corte de 18 meses (2,23 m2/m2), resultado que diferiu estatisticamente (P<0,01) dos valores obtidos nas frequências de corte de 6 meses (1,24 m2/m2), 9 meses (1,30 m2/m2) e 12 meses (1,78 m2/m2). A frequência de corte de 18 meses apresentou os maiores valores para percentual de matéria seca da planta. Já a frequência de corte de 6 meses apresentou os menores valores para comprimento, largura e espessura dos cladódios de 2ª ordem, número de cladódios de 3a ordem, número de cladódios colhível, peso médio dos cladódios de 2ª ordem e produção de massa seca de cladódios de 2ª ordem. Quanto ao efeito da frequência de corte para eficiência de uso da água (EUA), os maiores valores para produção de massa fresca foram obtidos nas frequências de 6 e 12 meses, 134,19 e 108,62 kg de MFha-1 mm-1, respectivamente. Para eficiência de uso da água para massa seca, o maior valor foi obtido na frequência de 6 meses, 8,46 kg MSha-1 mm-1. Quanto aos sistemas de irrigação, a aspersão convencional apresentou melhores resultados, para a maioria das variáveis morfológicas e de produtividade avaliadas. Esse sistema obteve o maior índice de área de cladódio colhível, 2,05 m2/m2, apresentando diferença significativa (P<0,01) para os valores observados nos sistemas micro spray jet (1,67 m2/ m2), microaspersão (1,55 m2/ m2) e gotejamento superficial (1,28 m2/ m2). A aspersão convencional também apresentou os maiores valores de número de cladódios de 2ª ordem (4,92 cladódios planta-1), produção de massa fresca dos cladódios de 2ª ordem (121,57 t MFha-1 ano-1) e taxa de produção de massa fresca total (548,12 kg ha-1 dia-1). O sistema de aspersão convencional e micro spray jet apresentaram os maiores valores para número de cladódios de 1ª ordem, número de cladódios total da planta, número de cladódios total colhível, taxa de produção de massa fresca dos cladódios de 3ª ordem, produção de massa seca dos cladódios de 2ª e 3a ordem e taxa de produção de massa seca dos cladódios de 2ª e 3a ordem. A frequência de corte de 12 meses associado ao sistema de aspersão convencional apresentou as maiores produções de massa fresca dos cladódios de terceira ordem (86,48 t MFha-1) e cladódios total (267,79 t MFha-1), e maiores produções de massa seca total (16,37 t MSha-1) e taxa de produção de massa seca total (44,86 kg MSha-1 dia-1). Os maiores valores de eficiência de uso da água para produção de massa fresca ocorreu no sistema de aspersão convencional, 128,56 kg de MFha-1 mm-1, enquanto para eficiência de uso da água para produção de massa seca os maiores valores foram obtidos na aspersão convencional (8,20 kg MSha-1 mm-1) e micro spray jet (6,89 kg MSha-1 mm-1). Não foi observado mortalidade de plantas, evidenciando a rusticidade e adaptabilidade da cv. Orelha de Elefante Mexicana (Opuntia stricta (Haw.) Haw.) em regime irrigado, independentemente da frequência de corte e do sistema de irrigação utilizado. O sistema de aspersão convencional e a frequência de corte de 12 meses apresentam, de forma geral, os melhores resultados, podendo ser adotadas como estratégia de cultivo irrigado e adensando da palma forrageira cv. Orelha de Elefante Mexicana (Opuntia stricta (Haw.) Haw.).