Nesse trabalho procuramos apresentar a literatura de Enoch Carneiro para a academia, tendo em vista a representação do intelectual e da literatura engajada em sua obra. O engajamento surge em sua obra a partir da estreita relação entre compromisso social, atrelado ao contexto de sua cidade natal, com a ideia de que o papel responsável que o autor chama para si, enquanto escritor, é construído na associação de sua literatura, engajamento autoral e outros discursos sociais como o movimento estudantil. Procuramos também tratar dos aspectos gerais concernentes à teoria do engajamento. Para tanto, propomos o conceito de literatura de comunidade por se definir como uma prática literária engajada, associada a outras linguagens artísticas, e outros discursos, como o político, que exerce o seu papel de uma arte comprometida com as questões de seu tempo, se colocando como elemento de ação em prol da transformação política de uma comunidade. Foram eleitos como corpus dessa investigação, os romances Um nordestino em Moscou (1990), Além das Ilusões (2001), A Última Trincheira (2006) e 50 anos depois: da Pangeia à Quixabeira (2011). Optamos também por tratar um pouco da poesia por entender que os romances sozinhos não dão conta de responder à contento o que propõe a análise. Trata-se de uma avaliação descritiva e analítico-classificatória, dentro de uma teoria que é do engajamento intelectual, ratificando-o como escritor engajado dentro do modelo do intelectual de comunidade.