A abordagem de cinemática nas escolas brasileiras, tanto do ensino fundamental quanto no médio, é comumente realizada de por meio de uma pedagogia tradicional, baseada na exposição da teoria e na resolução de exercícios de repetição, com enfoque quase sempre matemático. O presente trabalho teve como objetivo propor o uso de uma abordagem ativa no estudo desse tema, trazendo para a sala de aula uma abordagem fundamentada na teoria construtivista, com o uso de uma sequência de ensino investigativo (SEI) e uma atividade para casa envolvendo um aplicativo de localização para celular, o Google Maps. O material didático foi desenvolvido e aplicado no ensino fundamental na rede educacional da cidade de Belém, estado do Pará, onde foram explorados os conceitos de velocidade (rapidez, velocidade média, e instantânea) e de aceleração. Concomitantemente com a discussão dos conceitos de Física específicos, o uso da abordagem indagativa possibilitou trabalhar com os estudantes competências e habilidades relacionadas de forma mais global com a educação científica, em particular a argumentação científica. A SEI foi aplicada em aproximadamente três horas aulas, em diversas unidades de ensino, e para a avaliação dos resultados foi feito a verificação das transcrições do dialogo dos grupos, utilizando os indicadores de alfabetização científica de Sasseron e Carvalho e a estrutura argumentativa de Toulmin, além do relato de experiência do professor. Como resultado, pôde-se observar primeiramente a motivação da turma pela nova abordagem didática. Além disso, foi possível encontrar elementos constituintes de uma argumentação cientifica, bem como indicadores de alfabetização científica, bem como indícios, de aprendizagem significativa de conceitos físicos trabalhados. Palavras-chave: Ensino de Física, atividades investigativas no ensino de Ciências, ensino fundamental, alfabetização científica, argumentação, estrutura argumentativa de Toulmin.