Este estudo objetivou compreender os conteúdos relacionados à alfabetização e ao letramento cobrados nas avaliações escritas aplicadas aos alunos, no ano inicial e no ano final do processo de alfabetização, problematizando se tais conteúdos estão em consonância com os conhecimentos e capacidades previstos nos cadernos do PNAIC da unidade 01: Currículo na alfabetização: concepções e princípios (ano 01), e Currículo inclusivo: o direito de ser alfabetizado (ano 03). Tal objetivo levou à elaboração de uma pesquisa qualitativa, sendo os procedimentos adotados para a produção dos dados, a análise documental e a realização de entrevistas semiestruturadas. Selecionamos duas escolas que participaram da pesquisa, uma que apresentou o maior índice do IDEB e outra com o menor índice observado no município, a Escola A e a Escola B com as notas do IDEB: 7.4 e 5.9, respectivamente. Participaram da pesquisa quatro professores, que cederam as provas aplicadas aos alunos das turmas do primeiro e terceiro anos do Ensino Fundamental, totalizando quatro provas anuais. O referencial teórico baseia-se em pesquisadores dos estudos da alfabetização, avaliação e currículo, tais como: Goulart (2003), Carvalho (2005), Rojo (2009), Soares (2012, 2016), Luckesi (2011), Sacristán (2000, 2013) dentre outros, além de orientações oficiais para o ciclo de alfabetização, programas do Pró-letramento (2008), PNAIC (2012) e BNCC (2017). Os resultados mostraram que tanto no primeiro ano quanto no terceiro ano, há predominância dos conteúdos voltados para a alfabetização, em que há ênfase para a memorização de conteúdos pelos alunos, desconsiderando usos e funções da língua em situações reais de comunicação, a leitura como codificação e decodificação e a produção textual centrada na escrita de frases. Além disso, os professores entrevistados apontaram que a avaliação é voltada para a mensuração, centrada em notas e boletins, em uma perspectiva classificatória e quantitativa, compreendida como necessária, uma vez que faz parte da burocracia escolar.