Objetivo: analisar a estatura final (EF) em mulheres com síndrome de Turner
(ST) tratadas com hormônio do crescimento (GH) e apontar fatores preditores
de melhor resposta ao GH. Método: estudo retrospectivo incluindo 107
pacientes com ST, confirmado por cariótipo, que atingiram a estatura adulta
e foram divididas nos grupos que receberam GH (68) e não receberam GH
(NGH: 39) enquanto acompanhavam clinicamente no Ambulatório de
Desenvolvimento. A dose de GH utilizada foi de 50 μg/kg/dia (0,15U/kg/dia).
Estatura inicial, estatura alvo (EA), idade de início, duração do tratamento
com GH, velocidade de crescimento, EF, idade de início da reposição
estrogênica e respectivos valores de Z-score para as estaturas foram
coletados. Resultados: a EF das pacientes com ST tratadas com GH
(145,9cm ± 6,0) não foi estatisticamente diferente daquela encontrada no
grupo NGH (144,4cm ± 7,0). Porém, o subgrupo de ST cujos pais eram mais
baixos (estratificado dentro de EA < 158,5 cm) tiveram um maior benefício
com o GH do que o subgrupo com pais mais altos (EA < 158,5 cm: EF 145,6
cm no grupo GH vs. 140,3 cm no NGH; p=0,002, enquanto EA > 158,5 cm:
EF 147,3 cm no grupo GH vs. 147,3 cm no NGH; p=0,75). O uso de GH em
pacientes com menor EA também apresentou melhor ganho no Z-score da
EF (-2,6 vs. -3,5; p< 0,001) considerando o mesmo tempo de uso da
medicação. Conclusão: nossa coorte de pacientes com ST que usaram GH
e tinham estatura alvo < 158,5 cm tiveram maior benefício com a medicação
no ganho de estatura final. Além disso, observamos que o atraso no início da
reposição estrogênica pode ter contribuído para alcançar uma melhor
estatura final em pacientes ST que não receberam o GH.