O Brasil encontra-se, atualmente, com o quarto maior rebanho equino mundial, espelho do importante papel social, econômico e cultural que a espécie representa para o país. Durante todas as fases da criação, de potro ao cavalo adulto, é possível identificar elementos que requerem maior atenção e cuidados no que diz respeito ao manejo com os cavalos. O desmame, quando de forma natural, ocorre sutilmente no momento em que a égua e potro estão aptos a viverem separadamente. Após a domesticação e criação intensiva desta espécie, surgiu o desmame artificial, empregado quando existe necessidade de efetuar a separação precoce, apresentando diversas metodologias para sua execução dependendo do sistema de cada propriedade. Independente da técnica de desmame, esta é uma das épocas mais estressantes na vida do cavalo jovem, pois esta o desliga do vínculo nutricional e psicológico que possuía com a égua até então. A utilização de marcadores fisiológicos de estresse vem sendo estudada para auxiliar criadores, pesquisadores e profissionais do setor a identificar e manejar situações agressoras ao bem-estar dos equinos, para então ser possível extinguir ou amenizá-las. O cortisol é um hormônio esteroide secretado pelo córtex da glândula adrenal eficaz para a predição de estresse em humanos e animais, aumentando sua secreção diante de possíveis ameaças e alterações no ambiente. No presente estudo, foram estudados níveis deste hormônio em oito potros da raça Quarto de Milha desde o primeiro mês após o parto até o quarto dia sucessor ao desmame. As coletas sanguíneas prévias ao desmame foram feitas uma vez a cada 30 dias. Após, a datar do terceiro dia anterior a separação materno-filial, coletou-se amostras durante oito dias consecutivos. Todos os animais, potros e éguas, foram mantidos à campo até o momento da separação abrupta, posteriormente alocados em pares nas cocheiras. O desmame intercorreu entre os cinco e seis meses de vida dos potros. A média dos níveis de cortisol obtidos antes do desmame foi de 1.82 mcg/dL, e os valores do dia três, dois e um antes do desmame foi 2.03, 2.33 e 248 mcg/dL, respectivamente, verificando que estes valores se encontram dentro do normal para a espécie equina. No dia do desmame os valores apresentaram um pico de 3.72mcg/dL (p<0,05), e retornando aos valores basais no segundo dia pós desmame. Com base nos resultados obtidos e na literatura consultada, é possível declarar que existe efeito do estresse induzido pela separação entre potros e éguas nos níveis de cortisol plasmático no dia do desmame e no subsequente a este.