A principal indicação para tumores de mama é a mastectomia radical, uma técnica cirúrgica que proporciona estímulo álgico de moderado a acentuado, sendo indicado o uso de anestesia geral associada à anestesia local. Com o delineamento experimental proposto, objetivou-se avaliar e comparar os efeitos cardiorrespiratórios, temperatura retal e eficácia analgésica das técnicas de tumescência e bloqueio do plano transverso do abdômen (“TAP block”) associado ao bloqueio intercostal, em cadelas submetidas à mastectomia unilateral radical. Foram utilizadas 16 cadelas, distribuídas em dois grupos (n = 8), sendo eles: GT que recebeu solução de tumescência com bupivacaína a 0,02% em volume fixo de 15 mL/kg e GTB que recebeu a associação do “TAP block” guiado por ultrassom e bloqueio intercostal nos espaços compreendidos entre T4 e T12 com bupivacaína a 0,25% em volume fixo de 0,45 mL/kg em cada ponto do “TAP block” e 0,035 mL/kg, em cada espaço intercostal. No total, os dois grupos receberam a dose fixa de 3 mg/kg de bupivacaína. Como medicação pré-anestésica utilizou-se a associação de clorpromazina (0,3 mg/kg) à meperidina (3 mg/kg) por via intramuscular. A indução anestésica foi realizada com propofol, pela via intravenosa e a manutenção com isofluorano, em ventilação espontânea. Variáveis cardiovasculares, respiratórias, requerimento anestésico e eficácia analgésica foram registrados em diferentes momentos. A coleta de dados iniciou-se no período pré-operatório (Mbasal), em que se mensurou as frequências cardíaca (FC) e respiratória (ƒ), pressão arterial sistólica (PAS) e temperatura retal (TR). No período transoperatório os momentos de aferição foram padronizados de acordo com o ato cirúrgico anestésico e os dados analisados foram FC, ƒ, pressão arterial média (PAM), dióxido de carbono ao final da expiração (EtCO2), saturação de oxihemoglobina (SpO2), concentração de isofluorano ao final da expiração (ETISO) e TR. Já no período pós-operatório, a coleta dos dados FC, ƒ, PAS, TR e eficácia da analgesia pós-operatória, iniciou-se 1 hora após a extubação (Mextub) e se estendeu por 8 horas. A analgesia pós-operatória foi avaliada com o auxílio da Escala de Glasgow modificada e dos filamentos de von Frey. Os resultados foram avaliados estatisticamente pela análise de variância (ANOVA), seguida pelo teste de Tukey (p ≤ 0,05). Na avaliação dos parâmetros cardiorrespiratórios durante o período transoperatório, houve diferenças pontuais entre grupos e momentos em PAM, EtCO2, ETISO e TR. Na avaliação de dor, o escore foi maior no M1 em GT e em ambos os grupos durou as 8 horas de avaliação, sem necessidade de resgate analgésico. O GTB demonstrou menor requerimento anestésico, maior estabilidade dos parâmetros cardiorrespiratórios e temperatura retal, enquanto GT apresentou menor tempo cirúrgico e causou maior hipotermia.