Plutella xylostella (traça-das-brássicas) e Sitophilus zeamais (gorgulho-do-milho) são insetos de importância econômica por afetarem plantações de brássicas e grãos armazenados, respectivamente. Extratos vegetais tem sido alvo de estudos acerca de suas propriedades inseticidas. O presente trabalho avaliou o potencial inseticida de preparações de folhas de Schinus terebinthifolia (aroeira-vermelha) contra P. xylostella e de flores de Moringa oleifera (moringa) contra adultos de S. zeamais. Folhas de S. terebinthifolia (10 g) foram secas ao ar e homogeneizadas com NaCl 0,15 M (100 mL). O extrato obtido foi avaliado quanto ao efeito sobre ovos, larvas, pupas e adultos de P. xylostella. Adicionalmente, flores de M. oleifera foram homogeneizadas com água destilada e o extrato obtido foi investigado quanto ao efeito sobre S. zeamais adultos. O extrato de folhas de S. terebinthifolia causou mortalidade das larvas com valores de CL50 de 144,9 [127,3–170,6] e 117,4 [88,7–146,2] mg/mL para 96 e 144 h, respectivamente. O Tempo médio para dizimar 50% dos indivíduos (RT50) variou de 6,9 a 6,1 dias para o extrato nas concentrações de 50 a 150 % (mg/Ml). O extrato de folhas (150 mg/mL) também reduziu a viabilidade das pupas em 50% e apresentou efeito deterrente de oviposição. Os índices de deterrência foram 63,42% e 77% para o extrato a 20 e 50 mg/mL, respectivamente, após 24 h de tratamento. O extrato de folhas não afetou a eclodibilidade dos ovos de P. xylostella. Uma lectina (SteLL) foi isolada do extrato de folhas utilizando protocolo previamente estabelecido, contudo esta não foi tóxica para as larvas de P. xylostella. O extrato de flores de M. oleifera não promoveu mortalidade nos insetos, porém, apresentou efeito deterrente alimentar moderado nas concentrações de 0,5 a 4,5 mg/g (Índice de deterrência alimentar de 52,8% a 69%) e forte a 6,0 mg/g (Índice de deterrência alimentar de 82%). Um inibidor de tripsina isolado das flores de M. oleifera (MoFTI) por cromatografia de afinidade em coluna de tripsina-agarose causou a morte dos S. zeamais adultos, provavelmente decorrente da sua má nutrição. Adicionalmente, o extrato (6 a 0,5 mg/g) e MoFTI (3 mg/g) não foram tóxicos para sementes de milho, o que é vantajoso caso essas preparações sejam empregadas para proteção de grãos armazenados. Em conclusão, o extrato de folhas de S. terebinthifolia e o extrato de flores de M. oleifera representam novos biomateriais com potencial para controle populacional dos insetos-praga S. zeamais e P. xylostella, respectivamente.