Com finalidade de aumentar o rebanho e a variabilidade genética,
produtores de ovinos, estão optando pela biotécnica de múltipla ovulação e
transferência de embriões. Porém, está técnica apresenta resultados imprevisíveis,
devido a fatores intrínsecos e extrínsecos, dos quais destaca-se o efeito raça.
Portanto, esse estudo avaliou o efeito raça sobre a resposta superovulatória e a
produção in vivo de embriões em ovelhas nativas brasileiras (Morada Nova, Santa
Inês e Somalis Brasileira). Trinta ovelhas multíparas (n = 10/ raça) foram submetidas
a protocolo de nove dias de duração à base de progesterona e tratamento
superovulatório com 133 mg de FSH. Nos Dias 11 (36 horas após a remoção do
dispositivo) e 15 (12 horas antes da colheita não cirúrgica de embriões), os animais
foram submetidos às análises ultrassonográficas em modo-B e Doppler para
avaliação da população ovariana e características de perfusão ovariana. A colheita
transcervical dos embriões foi realizada 7 dias após a remoção do dispositivo. Os
dados foram submetidos aos testes ANOVA, teste de Tukey e teste de Bartlett; e as
correlações foram testadas pelo teste de Spearman (p < 0,05). O número de
folículos médios (4,0 a 5,99 mm) no Dia 11 foi maior (p = 0,0025) em ovelhas Santa
Inês e Somalis Brasileira comparadas às ovelhas Morada Nova. O número de
corpos lúteos e o status Superovulatório no Dia 15 foram maiores (p < 0,0001) para
ovelhas Santa Inês (15,3 ± 1,4 e 2,4 ± 0,2), seguido pelas ovelhas Somalis Brasileira
(10,4 ± 0,8 e 1,5 ± 0,2) e então pelas ovelhas Morada Nova (5,5 ± 1,6 e 0,8 ± 0,3). A
área ovariana (p = 0,02), área de fluxo sanguíneo (p= 0,05) e porcentagem da área
dopller (p = 0,007) tiveram maiores valores no Dia 15 em relação ao Dia 11 para as
ovelhas Santa Inês e Somalis Brasileira. Para as características de fluxo sanguíneo
de alta velocidade foram encontrados maiores valores no Dia 15 em relação ao Dia
11, independentemente da raça. Para cada raça foram registradas distintas
correlações entre características ovarianas e resposta superovulatória e produção
de embriões. Em conclusão, houve influência da raça sobre as respostas
superovulatórias e características da vascularização ovariana. No entanto, a
produção de embriões foi similar entre as raças de ovelhas nativas brasileiras.