A urolitíase é uma enfermidade de origem multifatorial que frequentemente acomete a espécie canina e pode levar a consequências graves para a saúde dos pacientes. Devido à sua importância, objetivou-se realizar análise epidemiológica em cães que desenvolverem a enfermidade, analisando as características individuais dos animais e a composição dos cálculos removidos cirurgicamente. Foram avaliados 52 animais com urolitíase, sendo que os urólitos de estruvita, por vezes associados a fosfato de cálcio foram os mais detectados, seguidos por aqueles contendo purinas, oxalato de cálcio (associado ou não a fosfato de cálcio), estruvita com urato e cistina. Os resultados indicaram que fêmeas e animais com infecção urinária por bactérias produtoras de urease são predispostos a cálculos de estruvita, machos com sobrepeso ou obesos são mais afetados por cálculos de oxalato de cálcio, cálculos de xantina estão intimamente ligados ao uso de alopurinol para tratamento de leishmaniose, cálculos de purinas acometem mais os machos. Muitas vezes não há sinais clínicos ou cristalúria e, os sinais clínicos, quando presentes, são inespecíficos. Em um segundo momento, foram realizados avaliações hematológica e bioquímica sérica e urinária em 47 cães com urolitíase, em momento anterior à remoção cirúrgica dos urólitos e, após 45 a 60 dias da remoção. Os urólitos tiveram sua composição analisada, para detectar possível ligação entre o tipo de cálculo desenvolvido e características laboratoriais dos pacientes, bem como se ocorreram alteração entre os dois momentos. Valores séricos de magnésio, creatinina, ureia, cálcio, proteínas totais, colesterol, fosfatase alcalina (ALP), alanina aminotransferase (ALT) e gama glutamiltransferase (GGT), bem como urinários de magnésio, cálcio e GGT apresentaram diferenças entre os cães formadores de diferentes urólitos. Em um terceiro momento, foi avaliada eficiência da metodologia de análise de urólitos do Setor de Nefrologia da Universidade Federal de Goiás (UFG) em comparativo com centro de análises especializado. A técnica usada pelo setor de nefrologia, que utiliza espectroscopia de energia dispersiva e análise química, se apresentou eficiente na maioria dos casos mas necessita de aperfeiçoamento para reduzir erros e aumentar a sensibilidade.