Objetivou-se avaliar o potencial hepatoprotetor frente as injúrias induzidas por acetaminofen, a atividade antineoplásica e genoprotetora do extrato hidroetanólico da geoprópolis produzida por Melipona subnitida D., na região semiárida do Nordeste brasileiro. Foram avaliadas a composição química e atividade antioxidante das seis amostras (A1, A2, A3, A4, A5, A6) de extrato hidroetanólico da geoprópolis. Foram avaliados o potencial
hepatoprotetor através das análises bioquímica da função hepática, avaliação macroscópica, histológica e estereológica dos fígados em 04 grupos experimentais (G1- controle negativo, G2- 50 mg/kg de extrato hidroetanólico da geoprópolis, G3- 50 mg/kg de extrato hidroetanólico da geoprópolis e 600 mg/kg de acetaminofen, G4- 600 mg/kg de acetaminofen) constituídos por 06 roedores da espécie Rattus norvegicus Berkenhout, 1769, linhagem Wistar, com lesão hepática aguda induzida por acetaminofen. O potencial antineoplásico foi determinado pela avaliação do efeito citotóxico do extrato hidroetanólico da geoprópolis em linhagens celulares de carcinoma hepatocelular humano (HepG2) e fibroblastos de camundongos L929. O efeito genoprotetor foi analisado em linhagem celular de fibroblastos de camundongo L929. As amostras do extrato hidroetanólico da geoprópolis apresentaram 41 compostos fenólicos, distribuídos entre fenóis e flavonoides. Relata-se pela primeira vez, em geoprópolis de meliponídeos, a presença de lignan 4- demethyldeoxypodophyllotoxin 4-O-glucopyranoside. As amostras A1, A2, A4, A5 e A6 apresentaram moderada atividade antioxidante expressas pelos valores de IC50 igual a 82,50,122,20, 98,80, 76,30 e 144,0, respectivamente, correlacionados com os elevados teores de fenóis e flavonoides totais que variaram entre 16,62 ± 3,91 a 28,46 ± 1,73 e 14,72 ± 3,75 a 32,22 ± 4,43, respectivamente. Os resultados dos níveis séricos das enzimas TGO e TGP dos ratos, indicaram que o extrato hidroetanólico da geoprópolis de M. subnitida D. não causou hepatotoxicidade. Na avaliação macroscópica dos fígados, no grupo G3 foi possível constatar coloração marrom pálida e discreta hemorragia, no G4 presença de sufusões hemorrágicas na cápsula, contornos irregulares e acentuação do padrão lobular. Na histoarquitetura dos fígados verificou no G3 focos de hepatócitos tumefeitos, vacuolizados e necrosados, no G4 degeneração e necrose difusa de hepatócitos. Na estereologia, observou aumento no percentual de hepatócitos e sinusóides, bem como, redução de colágeno no grupo G3 em relação ao G4. O extrato hidroetanólico da geoprópolis apresentou efeito citotóxico contra linhagem celular HepG2 e fibroblastos-L929, após 72 h de exposição, com valores de IC50 igual a 365,00 e 250,9 μg/mL, respectivamente. Também apresentou efeito genoprotetor, com percentuais de redução de genotoxicidade de 90,74%, 73,12% e 48,18%, nas concentrações de 500, 250 e 100 μl/mL do extrato, respectivamente. Conclui-se que o extrato hidroetanólico da geoprópolis de M. subnitida D. apresenta composição química variada, elevados teores de fenóis e flavonoides totais, potencial hepatoprotetor contra lesões hepáticas agudas, efeito citotóxico em células neoplásicas e atividade genoprotetora, podendo ser um produto natural promissor na quimioterapia.