Os grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS) apresentam até três vezes mais fibras que o
milho, o que resulta em menor digestibilidade desse coproduto e, consequentemente, menor
disponibilidade de energia. Portanto, o envolvimento de enzimas exógenas que possam
degradar a fibra pode ser benéfico para melhorar a utilização do DDGS. Nesse sentido,
objetivou-se avaliar o uso de um complexo multienzimático (CM) em dietas à base de milho e
farelo de soja, com ou sem inclusão de DDGS. O experimento foi conduzido no Centro
Experimental de Suínos do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras, em
Lavras, MG, Brasil, com 144 suínos de 38,83 ± 1,59 kg na fase de crescimento e 88 suínos de
89,28 ± 2,78 kg na terminação. O delineamento experimental ocorreu em blocos casualizados
(peso inicial) sendo a baia usada como unidade experimental. Quatro dietas experimentais
foram testadas, sendo uma ração basal (RB) formulada à base de milho e farelo de soja, outra
contendo DDGS (15% na fase de crescimento e 25% na fase de terminação), outra contendo o
CM e outra contendo o DDGS + o CM. As rações foram isoenergéticas e formuladas para
atender às exigências nutricionais dos animais para cada fase. Não foram observadas diferenças
(P>0,05) no desempenho dos animais. O coeficiente de digestibilidade aparente (CDA) dos
nutrientes em dietas com DDGS foi menor (P<0,05) em relação às demais. A inclusão do CM
melhorou (P<0,01) o CDA da matéria seca, proteína bruta, energia bruta e fibra em detergente
neutro, assim como a digestibilidade total e ileal de alguns aminoácidos em dietas com DDGS.
Maior quantidade de bactérias benéficas foram observadas nos animais que receberam a RB,
enquanto que dietas contendo somente DDGS aumentaram (P<0,05) a quantidade de bactérias
patogênicas e pioraram a riqueza da biodiversidade. O uso de CM aumentou (P<0,001) o
número de Bifidobacterium e reduziu (P<0,001) bactérias do gênero Streptococcus, além de
aumentar a biodiversidade (P<0,05). Conclui-se que a inclusão de 15 ou 25% de DDGS,
respectivamente, em dietas para suínos em crescimento e terminação, pode ser utilizada desde
que associada a um complexo multienzimático comercial.