Este estudo propôs avaliar o efeito da adição de colesterol ligado à ciclodextrina (CLC) antes do processo de criopreservação e estimulantes de motilidade após o descongelamento (Fert Talp - FT e Pentoxifilina - PTX), sobre a cinética espermática (MT, MP, RAP, VCL, VSL, VAP e LIN), integridade de membrana plasmática, produção de peróxido de hidrogênio intracelular, potencial mitocondrial, desestabilização da membrana plasmática e fertilidade in vivo. Foram criopreservados dois ejaculados de 12 garanhões e cada ejaculado foi subdividido em quatro grupos: G1 (sem CLC), G2 (1mg de CLC), G3 (1,5mg de CLC) e G4 (2mg de CLC). No experimento I o objetivo foi comparar os parâmetros espermáticos após a inclusão de CLC (G1-G4) e avaliar a longevidade celular pelo teste de Termorresitência - TTR após o descongelamento: imediatamente (T0), 40 minutos (T40), 80 minutos (T80) e 120 minutos (T120). Além disso, objetivou-se avaliar o potencial mitocondrial e a desestabilização da membrana. No experimento II o objetivo foi comparar os parâmetros espermáticos nos grupos anteriores (G1-G4), com e sem adição do estimulante FT (20% - v/v) após o descongelamento, quanto a longevidade celular (TTR - T0, T40, T80 e T120 minutos) e avaliar a produção de peróxido de hidrogênio intracelular. No experimento III o objetivo foi comparar os parâmetros espermáticos nos grupos anteriores (G1-G4), com e sem adição do estimulante PTX (20% - v/v) após o descongelamento, avaliar a longevidade celular (TTR - T0, T40, T80 e T120 minutos), avaliar a produção de peróxido de hidrogênio intracelular, o potencial mitocondrial e a desestabilização da membrana. Além disso, objetivou-se avaliar a fertilidade do sêmen criopreservado em três grupos: 1) Grupo controle (sem CLC); 2) Grupo 1,5mg de CLC; e 3) Grupo 1,5 mg de CLC + PTX. No experimento I, os grupos G3 e G4 apresentaram valores superiores de VCL, VSL e VAP. No T0 os parâmetros de MT e MP foram superiores no G3. Quanto ao potencial mitocondrial e a desestabilização da membrana não foram observadas diferenças significativas entre os grupos (p<0,05). No experimento II, a adição de FT foi benéfica à velocidade espermática (VCL, VSL e VAP) em alguns grupos experimentais e em tempos diferentes. O G2 com FT demonstrou maior percentual de células com membrana plasmática íntegra e sem peróxido de hidrogênio em comparação aos grupos sem adição do estimulante. No experimento III, a adição de PTX não foi benéfica aos parâmetros de cinética após o descongelamento ao decorrer do tempo em alguns grupos experimentais. No grupo G1 com PTX notou-se superioridade de células com membrana lesionada com peróxido de hidrogênio em comparação ao G4 com PTX e uma maior população celular com membranas íntegras sem peróxido de hidrogênio no grupo G4 com PTX em comparação ao G2 com PTX. A taxa de concepção nos grupos G1, G2 e G3 foram 50%, 66,7% e 66,7%, respectivamente. A adição de CLC melhorou os parâmetros cinéticos in vitro, sendo que as concentrações de 1,5 mg e 2 mg conferiram melhor resistência ao processo de criopreservação. A adição de FT conferiu longevidade e superioridade aos parâmetros de velocidade espermática. Em contrapartida, a adição do estimulante PTX, afetou a longevidade celular, demonstrando efeito prejudicial ao movimento espermático. Além disso, a inclusão de CLC não demostrou prejudicar a taxa de concepção em inseminações realizadas após a ovulação. Mediante os resultados encontrados no atual trabalho, pode-se concluir que as concentrações de CLC que melhor conferiram resistência aos espermatozoides ao processo de criopreservação com consequente incremento cinético às células espermáticas foram 1,5 mg e 2 mg. Os achados com a adição do estimulante FT, considerando-o estimulante de motilidade através do aumento no metabolismo celular, conferiu longevidade e superioridade aos parâmetros de velocidade espermática, sendo essa uma atribuição satisfatória além de conferir também maiores populações celulares com membrana plasmática íntegra sem a produção de peróxido de hidrogênio. Em contrapartida a adição do estimulante PTX, afetou a longevidade celular, demonstrando efeito prejudicial ao movimento espermático. E quanto a fertilidade do sêmen criopreservado, os resultados encontrados com a utilização de colesterol ligado a ciclodextrina não interferiu na fertilidade. Dessa forma, o colesterol ligado à ciclodextrina é benéfico à célula espermática ao processo de criopreservação, entretanto a adição de estimulante causou efeitos divergentes, aumentando os parâmetros e a longevidade celular (FT) ou diminuindo os parâmetros de cinética com o tempo (PTX).