A amamentação é uma habilidade que requer a movimentação coordenada de diversas
estruturas orofaciais para ocorrer de maneira efetiva. Nesse contexto, a utilização de interfaces
para fixação da sonda orogástrica na face é um fator importante a ser avaliado, já que a fixação
em locais que deixam livre a musculatura utilizada para amamentação favorece a efetividade
da ação muscular e, assim, o comportamento de sucção do recém-nascido. Apresentou-se como
objeto de estudo da pesquisa a fixação da sonda orogástrica e sua relação com a prontidão para
alimentação oral em recém-nascidos pré-termo tardios que fizeram uso de sonda orogástrica
para alimentação fixada em região temporomandibular. Buscou-se analisar se a fixação da
sonda orogástrica em região temporomandibular em recém-nascidos pré-termo tardios otimiza
a prontidão para alimentação oral quando comparada com outros tipos de fixação. Tratou-se de
um estudo observacional, longitudinal, prospectivo, analítico. Participaram do estudo recémnascidos pré-termo tardios (34 a 36 semanas e 6 dias de idade gestacional), em uso de sonda
orogástrica como via de alimentação alternativa. Estes foram divididos em dois grupos, de
expostos, compostos por recém-nascidos com sonda orogástrica fixada em região
temporomandibular e de não expostos, compostos por recém-nascidos em uso de sonda
orogástrica fixados em outras regiões da face. Foi realizada a medição da área da interface de
fixação da sonda orogástrica diariamente, assim como verificação única de medidas
antropométricas faciais dos recém-nascidos. Para avaliar a prontidão, foram realizadas duas
avaliações, com intervalo mínimo de 24 horas, sendo utilizado o Instrumento de Avaliação da
Prontidão do Pré-termo para Início da Alimentação Oral – PROFAS para direcionar a avaliação.
Participaram do estudo 52 recém-nascidos, sendo 26 recém-nascidos em cada grupo de estudo.
Observou-se que, na ocasião do início da transição alimentar, os recém-nascidos que fizeram
uso da sonda orogástrica fixada em região temporomandibular apresentaram maior prontidão
para alimentação oral quando comparados aos que utilizaram interface de fixação em região
supralabial, sendo observada diferença significativa entre os grupos (p = 0,05), o que não
ocorreu na segunda avaliação. Quando analisados os itens de desempenho de maneira isolada,
o item reflexo de vômito apresentou predominância no grupo com fixação em região
temporomandibular (p = 0,05) na primeira avaliação. Já na segunda avaliação, o estado de alerta
foi predominante no grupo temporomandibular e o sono leve predominante no grupo supralabial
(p = 0,025). O estado de consciência, em geral, foi mantido (p = 0,02). Concluiu-se que a
fixação da sonda orogástrica em região temporomandibular em recém-nascidos pré-termo
tardios otimiza a prontidão para alimentação oral quando comparada com a fixação supralabial
nas primeiras horas da transição alimentar.