O objetivo dessa pesquisa foi estudar alternativas de complexação do enalapril com outras substâncias, visando sua aplicabilidade prática nos protocolos de biotecnologia da reprodução em animais, além de verificar os efeitos do enalaprilato e A-779 na maturação oocitária, fertilização e cultivo de embriões in vitro. No capítulo “Avaliação da dose efetiva do gel de enalapril” em bovinos os animais foram submetidos a uma avaliação clínica previa incluindo a pressão arterial média. As fêmeas escolhidas aleatoriamente receberam por via intravaginal o gel de enalapril nas doses de 0,4 mg/kg, 0,6 mg/kg e 0,8 mg/kg de peso vivo. Em relação ao capítulo “Enalaprilato na produção in vitro de embriões bovinos” Os ovários foram obtidos de abatedouros com inspeção municipal. Os oócitos coletados foram cultivados na ausência (controle) e na presença de enalaprilato nas concentrações: 1 μM, 2 μM e 4 μM. As etapas de aspiração dos folículos antrais, maturação, fertilização e cultivo foram realizados de acordo com a técnica de produção in vitro de embriões já estabelecida. O mesmo procedimento ocorreu no capítulo “Influencia do enalaprilato e do inibidor da angiotensina (1-7) na produção in vitro de embriões bovinos”, porém os oócitos utilizados foram cultivados na ausência e na presença de enalaprilato a 2 μM, A-779 a 2 μM e enalaprilato a 2 μM + A-779 a 2 μM. Os resultados para o experimento de avaliação da dosagem de enalapril para bovinos administrado por via intravaginal utilizando as concentrações 0,4 mg/kg, 0,6 mg/kg e 0,8 mg/kg não apresentaram diferença significativa (p>0,05) na avaliação da variável pressão arterial média, assim como não houve alteração nos níveis de ureia, creatinina, TGO, TGP e aldosterona. Em relação a utilização do enalaprilato nas concentrações 1 μM, 2 μM e 4 μM em todas as fases da produção in vitro de embriões os resultados demostram que não houve diferença significativa (p>0,05) entre os tratamentos para a taxa de clivagem e para a taxa de blastocisto. Para os tratamentos com A-779 a 2 μM Enalaprilato a 2 μM e Enalaprilato a 2 μM + A-779 a 2 μM não apresentaram diferença significativa (p>0,05) na taxa de clivagem e para a taxa de blastocisto. Com relação à qualidade avaliada por meio do número de células da massa celular interna (MCI), número de células do trofoblasto (TE) e a proporção entre MCI e número total de células (TC), verificou-se em relação ao número de células TE e TC que os tratamentos com A-779, enalaprilato e
vii
associação entre eles apresentaram maior número de células em relação ao controle. Quando foi analisada a proporção entre MCI e TC observou-se que 100% dos embriões do tratamento Enal a 2 μM +A779 a 2 μM, 65% dos tratados com Enal a 2 μM, 50% dos tratados com A-779 e apenas 33,3% do grupo controle estavam dentro da faixa de 20 a 40% de células da MCI, considerada de melhor qualidade. Conclui-se que o enalaprilato não influenciou na produção in vitro de embriões bovinos, quando avaliados pelas técnicas convencionais, porém quando se avalia pelo número de células embrionárias e a proporção entre elas, os tratamentos com o enalaprilato, A-779 e enalaprilato associado com A-779 apresentaram efeito proliferativo para as células embrionárias, em especial para a massa celular interna, e efeito positivo para a qualidade embrionária avaliada pela proporção de células. Já para o gel de enalapril conclui-se que não houve o efeito do gel nas doses de 0,4, 0,6 e 0,8 mg/kg quando aplicados por via intravaginal.