Essa pesquisa se desenvolve na perspectiva política e da relação imbricada da crítica, da
emancipação e das práxis. É pensar uma educação/pedagogia decolonial antirracista, a partir do
par Experiência-Sentido, que funcione como uma alavanca para a exposição da subjetivação dxs
envolvidxs no processo educativo, ao darmos destaque a construção do ser discente e docente.
É a construção de uma via de caminho horizontal, circular e de retroalimentação. Podemos
também determinar que há um sujeito do trabalho e um sujeito da experiência, respectivamente,
um é o reprodutor de uma atividade mecânica, então tudo que se escreve sobre o sujeito da
experiência é o contrário para o sujeito do trabalho, pois esse não traz para si a dialética de sua
função. O sujeito da experiência dialoga com o seu conhecimento, com o campo teórico e com
os fatos sociais – o contexto histórico. Esses três elementos são necessários na vida docente, e
nessa pesquisa ele traz consigo uma reflexão sociocrítica de uma determinada realidade,
principalmente, como forma de dar validez a sua pesquisa. Educação Decolonial possibilita o
descortinar de conhecimentos e de saberes que são silenciados nos currículos escolares, e as/os
docentes exerçamsua atividade pedagógica que tragam um Pensamento-Outro (WALSH, 2006),
através de conteúdos que são invisibilizados pelo currículo. Nesse sentido, a Educação
Decolonial é um modelo outro do jogo dialético de interesse social, político, cultural, econômico
e de poder de forças antagônicas que geram uma hierarquização epistêmica; ela questiona o
currículo que se apresenta há anos nos currículos escolares. Essa resistência é construída e
exercida tanto pelos educadores quanto pelos educandos engajados numa luta (hooks, 2013), e
aqui, especificamente, a luta antirracista. A escrita dessa tese irá discorrer pela metodologia da
Autoetnografia, ou seja, refletir a minha formação, reflexão sobre as práticas pedagógicas,
memórias e mudanças-permanências no saber-fazer da docência antirracista. A pesquisa
autoetnográfica Ellis e Bochner (2000) pode ter limitações subjetivas e de contextualização,
parte de uma metodologia que permita uma outra maneira de interpretar o mundo, e não ficar
presa a procedimentos metodológicos, que não me permita estar no texto; me permite refletir o
que propus e desenvolvi nas atividades.