O mel é um produto bastante apreciado, devido suas propriedades nutricionais e terapêuticas, por ser um produto de fácil acesso e obtido de forma natural. Por características de produção e de mercado, esse produto pode ser alvo de contaminação física e microbiológica, além de estar exposto a diferentes ações fraudulentas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade de meis comercializados na região Nordeste do estado do Pará, bem como realizar a padronização de uma Reação em Cadeia da Polimerase para detecção Salmonella spp. no mel. Para tal, foram analisadas 14 amostras de méis, sendo sete produzidos por abelhas da espécie Apis melífera ligustica e sete da espécie Melipona fasciculata, provenientes dos municípios de Bragança, Capanema, Nova Timboteua, São João de Pirabas, Salinópolis e Tracuateua. As amostras foram avaliadas com relação autenticidade, as amostras foram submetidas as reações de Fiehe, Lund e Lugol, de acordo com a metodologia do Instituto Adolf Lutz, além da análise polínica. As amostras também foram subemetidas a analise microbiológica para à contagem de de bolores e leveduras (UFC/g), coliformes a 35°C (NMP/g) e contaminação física em nível macro e microscópico, para detecção de sujidades. Para detecção de Salmonella spp foi padronizada uma Reação em Cadeia de Polimerase proposta, partindo de uma contaminação experimental de uma mostra de mel com cepa de Salmonella Tiphymurium (ATCC 14028) e amostras do cultivo foram coletadas em horas distintas de zero hora de cultivo até 48 horas, posteriormente foi feita a coleta de amostras deste cultivo para realização de extração de DNA e contagem. Em seguida, as amostras foram submetidas à PCR, utilizando-se um par de iniciadores que amplificam um fragmento de 429 pb. Os resultados obtidos com a aplicação dos testes qualitativos de autenticidade, demonstraram que somente 21,42% (3/14) das amostras foram consideradas méis autênticos. Contudo, mediante a análise polínica, foi possível observar amostras adulteradas entre as consideradas autênticas e esse perceptual foi reduzido para 14,28% (2/14), uma vez que foi possível observar que uma amostra apresentava mistura proteica. Os resultados obtidos evidenciaram a presença de micro-organismos do grupo dos coliformes e de bolores e leveduras em desacordo com a legislação vigente, em 63,63% e 81,81% das amostras, respectivamente. Através da contaminação experimental do mel, foi possível observar a amplificação de Salmonella spp. a partir da sexta hora de experimento. As amostras de meis analisadas, apresentaram-se adulteradas mediante os resultados dos testes qualitativos e analise polínica, bem como apresentaram contaminação por micro-organismo indicadores mesmo que dentro do limite estabelecido pela legislação vigente, evidenciando falhas no processo higiênico de colheita, processamento e comercialização desse mel. Quanto a PCR proposta foi possível concluir que o método padronizado pode ser uma alternativa viável para a detecção de Salmonella spp. em mel.