O status materno durante o período de transição pode ter efeitos na saúde e desempenho de bezerras da raça Holandesa. No entanto, o efeito do perfil materno ao final da gestação sobre o status apresentado pelas bezerras durante o período neonatal não estão bem estabelecidos. O objetivo geral deste estudo foi avaliar o impacto de variáveis maternas no momento do parto sobre o metabolismo, a saúde e a imunidade de bezerras leiteiras durante o período neonatal. Vacas da raça Holandesa (n = 28) tiveram amostras de sangue coletadas no parto. A média dos resultados para as variáveis maternas [ácidos graxos não esterificados (AGNES), β-hidroxibutirato (BHB), glicose, proteína total, albumina, triglicerídeos, colesterol, haptoglobina (Hp), ferro, peso e escore de condição corporal (ECC)] foram calculados e utilizados como fatores maternos. Os bezerros foram posteriormente divididos em grupos de acordo com o alto ou baixo grau de cada fator materno. Além disso, foi avaliado o efeito da estação do nascimento, diferenciando os animais que nasceram no inverno e na primavera. As respostas dos bezerros em cada um desses grupos foram comparadas ao longo do primeiro mês de vida. Os bezerros tiveram amostras de sangue coletadas após o nascimento e em torno de 2, 7, 14 e 28 dias de vida, avaliando os níveis de IgG, parâmetros, estado e resposta imune inata. Nos mesmos momentos, os bezerros foram avaliados por parâmetros vitais, frequência de diarreia e doenças respiratórias e desempenho. Os bezerros nascidos de mães mais pesadas, com maior escore de condição corporal e nascidos na primavera, apresentaram maior frequência de diarreia. Vacas que pariram mais pesadas e com maior escore de condição corporal geraram bezerros com melhor desempenho desde a primeira semana de vida em relação à altura da cernelha e largura da garupa. Bezerros de mães com baixas concentrações de proteína apresentaram alta concentração de AGNES no D1. Vacas com alto nível de proteína também apresentaram alto nível de Hp e baixos níveis de albumina. Os filhos nascidos de vacas com alta concentração de ferro apresentaram altos valores de glicose. Em relação à resposta imune inata, embora não tenha ocorrido impacto de fatores maternos na contagem total de leucócitos, os bezerros de mães com baixa albumina materna, baixo colesterol materno e baixo ECC materno apresentaram altos níveis de produção de espécies reativas de oxigênio basal por células não estimuladas após 7 e 28 dias após o nascimento. A razão de resposta (RR) dos neutrófilos contra S. aureus e S. hyicus foi maior nos filhos nascidos da BCS materna baixa. Em conclusão, esses dados sugerem que a exposição pré-natal a diferentes fatores maternos pode afetar adversamente algumas respostas metabólicas, inflamatórias e da imunidade inata da prole que podem influenciar a suscetibilidade a doenças e o desempenho.