Neste estudo, objetivou-se avaliar a rastreabilidade genética e o perfil de resistência aos beta-lactâmicos de cepas de Staphylococcus (S). aureus isoladas de mastite em vacas primíparas, ambiente de ordenha e ordenhadores no estado de Pernambuco, Brasil. Foram coletadas 432 amostras de leite, 108 swabs de teto, 41 swabs de utensílios de ordenha e 28 swabs de ordenhadores (14 nasais e 14 de mãos). Foram analisadas 27 cepas de S. aureus de amostras de leite, seis cepas de S. aureus de amostras de swab de teto, uma cepa de S. aureus de swab de utensílios e quatro cepas de S. aureus de amostras de ordenhadores (três de swab nasal e uma de swab de mãos). Realizou-se a detecção dos genes de resistência blaZ, mecA e mecC por PCR e para o teste de resistência antimicrobiana utilizou-se o método de concentração inibitória mínima (CIM). O gene blaZ foi identificado em 74,07% (20/27) dos isolados das amostras de leite, em 16,6% (1/6) dos isolados de swab de tetos, 100% (1/1) dos isolados de utensílios de ordenha e 100% (4/4) dos isolados de ordenhadores e os genes mecA e mecC não foram detectados. A técnica de Concentração Inibitória Mínima (CIM) para penicilina e oxacilina foi realizada em todos os isolados de S. aureus e constatou-se 73,68% de taxa de resistência à penicilina e 10,51% de resistência à oxacilina. Além disso, realizaram-se as técnicas de tipificação rep-PCR, usando o primer RW3A, e PFGE, usando a endonuclease SmaI para investigar a correlação genética entre 18 isolados de S. aureus positivos para o gene blaZ. A tipagem por rep-PCR foi altamente discriminatória (valor D = 0,9804) e um total de 15 padrões foram detectados. A técnica de PFGE também foi altamente discriminatória (valor D = 0,9667) e um total de 13 padrões foi observado. A partir das duas técnicas foi possível detectar cepas clonais em amostras de leite da mesma propriedade e, apesar da presença de cepas dominantes, percebeu-se uma alta diversidade genética dentre as cepas de S. aureus analisadas. Assim, a alta frequência do gene blaZ associada aos resultados da CIM evidenciaram a importância da produção de beta-lactamases como mecanismos indutores de resistência nos isolados de S. aureus estudados. Além disso, a circulação de S. aureus resistentes a beta-lactâmicos indica a importância do conhecimento mais aprofundado acerca da disseminação dessas cepas no ambiente agropecuário. Desse modo, fazem-se necessárias medidas preventivas, tais como: a conscientização dos ordenhadores acerca da importância da higiene pessoal e do ambiente de ordenha, o uso racional de antimicrobianos e a escolha de drogas antimicrobianas apenas após a realização de testes de sensibilidade in vitro, visando reduzir a seleção e propagação de cepas de S. aureus resistentes.