Pesticidas são micropoluentes que tem gerado bastante preocupação, pois mesmo em quantidades mínimas podem ser extremamente tóxicos. Dentre esses tem-se o ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D), que é amplamente utilizado num grande número de herbicidas. A resistência desse contaminante a tratamentos convencionais, representa um
desafio, o que motiva a pesquisa para desenvolvimento de tecnologias avançadas. A fotocatálise heterogênea se apresenta como opção para o tratamento desse poluente. Em outro contexto, poucos trabalhos têm buscado desenvolver e aplicar novas rotas de síntese para se obter fotocatalisadores de baixo custo e que sejam amigáveis ao ambiente. Sendo assim, este estudo descreve a aplicação do óxido de zinco (ZnO) puro e promovido com
2, 5, 8 e 10%, em massa, de prata (Ag), na degradação do 2,4-D, preparados por uma nova rota sol-gel. Os fotocatalisadores foram caracterizados por difração de raios X (DRX), espectroscopia de fluorescência de raios X (FRX), espectroscopia por energia dispersiva de raios X (EDX), micoscopia eletrônica de varredura (MEV), microscopia eletrônica de transmissão (MET), espectroscopia fotoacústica (PAS) e ponto de carga
zero (PCZ). O processo foi estudado em sistema em batelada sob duas fontes de irradiação, a ultravioleta (UV) artificial e a solar. A reação foi acompanhada em um espectrofotômetro UV-Vis. Para os ensaios iniciais constatou-se que a degradação/remoção máxima alcançada foi de 3,41, 0 e 27% para adsorção, fotólise solar
e fotólise UV artificial, respectivamente. Nos experimentos de fotocatálise heterogênea, um planejamento experimental 23 foi realizado para avaliar a influência do pH, concentração do dopante (CD) e concentração do catalisador (CC) na remoção total (adsorção + fotocatálise heterogênea) do herbicida. O modelo cinético de pseudo primeira ordem, descreveu apropriadamente o comportamento da degradação do 2,4-D. Por meio das análises estatísticas foi possível determinar o pH = 6,5, [CC] = 0,7 g.L-1 e [CD] = 8% como sendo as melhores condições operacionais, dentre as estudadas, nas quais se obtiveram a maior porcentagem de degradação (90%). Testes foram realizados também nas condições experimentais ótimas com o intuito de observar o efeito da origem da água
(água ultrapura e água de torneira) no processo de degradação fotocatalítica do contaminante. Na presença de água de torneira foi possível alcançar uma degradação de 96% do 2,4-D enquanto que na presença de água ultrapura a degradação foi de 90%, como já mencionado. Por fim, utilizando as mesmas condições operacionais obtidas pela análise estatística, foram realizados ensaios na presença de radiação solar, obtendo-se uma degradação de 100% do contaminante, em 50 min de reação.