A presente dissertação visa resgatar as ideias de Firmina por meio da pesquisa na
fortuna crítica1 a que tivemos acesso até o presente momento, e, portanto, os temas
abordados serão a obra Úrsula e a vida de Maria Firmina, uma vez que a autora
representa a escrita negra e antiescravista oitocentista. É sabido que a escritora em
tela teve reconhecimento em sua localidade, São Luís do Maranhão, mas não
atingiu visibilidade em âmbito nacional em sua época. Isso, com certeza, devido ao
cenário patriarcal em que o campo literário era majoritariamente ocupado por
escritores brancos do sexo masculino. A autora só veio a lúmen no século XX, na
década de sessenta, por intermédio do crítico Horácio de Almeida. Após esse
período, tem sido resgatada em diversas pesquisas, já dentro de um crescente
movimento feminista e de caráter de resistência negra. Livros, artigos, blogs, teses e
dissertações, além de outros projetos acadêmicos, enriquecem a fortuna crítica da
escritora. Para embasar essas investigações acadêmicas, os autores Horácio de
Almeida, Antônio Candido, Rafael Zin, Ivo Queiroz, Vanessa Cavalcanti, Régia
Agostinho da Silva, Nascimento Morais Filho, entre outros estudiosos da literatura e
cultura e história negras, foram fundamentais para enriquecer e analisar os estudos
que estão sendo realizados.