Este trabalho centrou-se no estudo toponímico do município de Ananindeua, região metropolitana da grande Belém, município considerado o segundo mais populoso do estado do Pará e o terceiro da Amazônia. O objetivo foi documentar e analisar linguisticamente os topônimos de comunidades, bairros, rios, ilhas, igarapés, furos e braços de rios da cidade de Ananindeua-PA, a fim de classificá-los quanto à sua taxeonomia, de acordo com as motivações toponímicas propostas por Dick (1990a, 1990b), e sua estrutura morfológica, além de analisá-los quanto à língua de origem. Do ponto de vista teórico-metodológico, seguiram- se os pressupostos de Dick (1987, 1990a, 1990b, 1992, 1997, 1999 e 2004), assim como outros estudos onomásticos que contribuíram para este trabalho, a exemplo dos desenvolvidos por Isquerdo (2012), Carvalho (1987, 2010) e Dargel (2003). Foram documentados 135 designativos ananindeuenses, usados para nomear acidentes geográficos físicos (rios, igarapés, furos, braços de rios e ilhas) e humanos (comunidades, bairros). Parte desses topônimos foi encontrada nos mapas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); outros foram coletados por meio de entrevistas e de consulta em livros que contam a história do município. A coleta de dados organizou-se em duas partes: no primeiro momento, os topônimos foram agrupados de acordo com os acidentes geográficos, resultando em cinco quadros com as respectivas colunas (topônimo/etimologia/taxeonomia/origem/estrutura morfológica); posteriormente, os designativos foram agrupados em dois quadros, de acordo com a língua de origem (indígena e portuguesa), o que contribuiu para a quantificação das categorias, das taxes e da língua de origem dos topônimos. A partir dessa quantificação foram elaborados oito gráficos que expressam em percentuais os cômputos obtidos no universo pesquisado. As análises mostraram que os topônimos de Ananindeua são, em sua maioria, de origem portuguesa e que as taxeonomias majoritárias são os fitotopônimos e os zootopônimos, ambas de natureza física, categoria que também prevaleceu sobre de natureza antropocultural.