A baixa concentração de minerais na dieta de ruminantes tem afetado o desempenho dos mesmos sendo verificada baixa taxa de fertilidade, crescimento e baixa produção de leite. Embora a suplementação mineral seja necessária aos animais da Região Semiárida é baixa a sua utilização em virtude do preço elevado e da baixa disponibilidade de fontes minerais. É nesse contexto que a Região Semiárida apresenta fontes minerais que atualmente são tratadas como poluentes ambientais, mas que se avaliadas e verificada as possibilidades poderão ser incluídas nos suplementos minerais. Desta forma objetivou-se com esse estudo avaliar a composição mineral de águas salinas e do rejeito da dessalinização, os resíduos salinos sólidos (RSS) oriundos de águas salinas ou salobras, do rejeito da dessalinização, dos tanques aquícolas, bem como da erva-sal (Atriplex nummularia Lindl.) Além disso, foi comparado o consumo voluntário e a digestibilidade aparente in vivo da matéria seca e nutrientes de cordeiros submetidos a três suplementos minerais, em que o primeiro foi confeccionado com RSS de tanque aquícola, o segundo com RSS oriundo de água salina e a testemunha que correspondeu a um suplemento mineral comercial. No primeiro estudo foram coletadas dez amostras de água salina, erva-sal, RSS provenientes de tanques aquícolas, quatro amostras de rejeito, bem como doze amostras de RSS proveniente de água salina. Em todas as fontes salinas avaliadas foram observadas grandes variações de minerais, além de baixa concentração dos principais macro e micro minerais encontrados nos suplementos comerciais e ruminantes. Também foi observada a presença de metais pesados em amostras de erva-sal e dos RSS de águas salinas e rejeito da dessalinização. Dentre as amostras analisadas, o RSS da água salina e do rejeito da dessalinização apresentaram concentrações de sódio e cloro, já o RSS provenientes de tanques aquícolas apresentou como destaque os teores de nitrogênio de CA. No segundo estudo, que teve duração de 20 dias, foram utilizados 24 ovinos, machos, castrados, com peso corporal de (19,72+-2,52 kg). Os suplementos minerais avaliados não influenciaram o consumo e a digestibilidade da matéria seca de nutrientes, além de não ter afetado a ingestão de água e o consumo de sal mineral. Os animais consumiram potássio, fósforo, cálcio, magnésio, enxofre, sódio, cloro, cobre, ferro, manganês e zinco, além das suas necessidades diárias, com exceção do S no tratamento RSS, rejeito que teve consumo de acordo com as exigências dos animais, porém dentro da faixa limite de ingestão diária para evitar intoxicações. Em conclusão, as fontes salinas avaliadas não heterogêneas na composição mineral, tendo em geral baixa concentração em relação às fontes minerais tradicionais e, em alguns casos há a presença de metais pesados, porém seu uso ao animal não é impossibilitado. Os suplementos minerais confeccionados a partir dos RSS de tanques aquícolas e das águas salinas não prejudicaram o consumo de alimentos, nutrientes e água, tampouco e digestibilidade dos nutrientes, o que sinaliza a possibilidade de usos dessas matérias-primas na elaboração de misturas minerais para ovinos.