O trabalho está dividido em duas publicações cujos objetivos foram: a) realizar uma
revisão integrativa da literatura, identificando e descrevendo a intenção de amamentar
em gestantes e fatores associados (Publicação 1); b) investigar o nível da intenção de
amamentar e variáveis associadas entre gestantes que estão no terceiro trimestre de
gravidez (Publicação 2). Para a Publicação 1, foram consultadas as bases de dados
Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (PubMed/Medline), Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Scopus, através dos
descritores intenção/intention and aleitamento materno/breastfeeding or breast
feeding por três revisores independentes. A Publicação 2 é um estudo observacional
transversal, realizado mediante a coleta de dados em entrevista e questionário semiestruturado e autoadministrado. A pesquisa foi realizada com 653 gestantes no
terceiro trimestre de gestação. Para a variável resposta intenção de amamentar foi
utilizada a escala Infant Feeding Intentions (IFI), traduzida e adaptada para o
português do Brasil. As variáveis independentes incluíram características
demográficas e socioeconômicas, da gestação, do aleitamento materno, da família,
de assistência à saúde, biológicas e hábitos. A revisão integrativa realizada na
Publicação 1 incluiu 17 estudos transversais quantitativos/mistos desfecho para
intenção de amamentar de forma exclusiva em gestantes. Observou-se variação da
prevalência da intenção de amamentar de 26,7% a 83,9%. Os preditores presentes
em mais de um estudo foram: maior conhecimento sobre amamentação, atitudes mais
elevadas em relação à amamentação, maior nível educacional, maior idade materna,
nacionalidade, multiparidade, maior autoeficácia na amamentação, maior controle
comportamental percebido e norma subjetiva. Os resultados da Publicação 2
demonstram que o nível da intenção de amamentar entre as gestantes foi de 14,37
(DP=2,60). A maior idade materna (p=0,034), a pretensão de não oferecer mamadeira
(p=0,000), as crenças na inexistência de leite materno fraco (p=0,007) e que a
amamentação não causa ptose mamária (p=0,041) foram preditores da intenção de
amamentar. Conclui-se na Publicação 1 que a prevalência da intenção de amamentar
mostrou grande variação e esteve associada às variáveis sociodemográficas,
gestacionais e pré-gestacionais, familiares, relacionadas à amamentação, à
assistência à saúde e à Teoria do Comportamento Planejado (atitude, controle
comportamental percebido e norma subjetiva). Para a Publicação 2, a intenção de
amamentar em gestantes foi forte. A maioria das participantes relatou pretender
amamentar seus bebês exclusivamente nos primeiros seis meses. As variáveis maior
idade materna, pretensão de não oferecer mamadeira, crenças na inexistência de leite
materno fraco e que amamentação não causa ptose mamária influenciaram
positivamente a intenção de amamentar.