Esquistossomose, ocasionada por platelmintos do gênero Schistosoma,
caracteriza-se pela formação de granulomas. Praziquantel, único fármaco utilizado
em seu tratamento, possui limitações. Novos compostos vêm sendo testados como
alternativas para o praziquntel, como plumbagina. Não existem estudos avaliando
ação esquistossomicida in vivo da plumbagina, sendo nosso trabalho pioneiro nessa
avaliação. Em camundongos infectados com S. mansoni, tratados com plumbagina,
praziquantel e salina, objetiva-se avaliar atividade esquistossomicida in vivo da
plumbagina. Utilizamos 90 camundongos, em 2 experimentos, administrando-se
doses de plumbagina de 8, 16 e 32 mg/kg, praziquantel a 50 mg/kg e salina a 0,9%.
A administração ocorreu por gavagem iniciando-se 45 dias pós-infecção, durando 5
dias. Plumbagina a 8, 16 e 32 mg/kg reduziu, respectivamente, a carga total de
vermes em 46.85, 46.56 e 59.64%; reduziu em 48.17, 46.525 e 58.33% a carga de
vermes fêmeas; reduziu em 58.29, 74.67 e 70.4% o número de ovos nas fezes;
reduziu em 55.36, 15.07 e 10.43% o número de ovos no fígado; e reduziu em 57.49,
45.97 e 36.18% o número de ovos no intestino. No oograma, nas doses de 8, 16 e
32 mg/kg a porcentagem de ovos imaturos foi de 62.03, 65 e 71%, respectivamente.
Nosso estudo demonstra que plumbagina possui ação esquistossomicida através da
redução da carga de vermes totais, vermes fêmeas, número de ovos nos tecidos
hepático e intestinal e nas fezes, além de modificar o padrão do oograma.