Este estudo objetivou avaliar o impacto da exposição de recém-nascidos prematuros a níveis elevados de ruídos e sua associação sobre o peso corporal em uma unidade neonatal. Trata-se de um estudo prospectivo desenvolvido em um hospital da rede pública, referência para atendimento materno infantil, localizado em Boa Vista - Roraima. A coorte foi formada por 15 recém-nascidos pré-termos admitidos na unidade neonatal no período de abril a outubro de 2018. Os pacientes foram seguidos a partir da internação na unidade à sua saída, até completar 36 semanas e 6 dias ou a amostras e enquadrar em pelo menos um critério de exclusão. As medições para determinação dos níveis depressão sonoro foram realizadas dentro e fora da incubadoradas crianças acompanhadas, no intervalo das 07:00 às 19:00, em dias alternados, e o peso verificado nos dias previstos na rotina do serviço. Os dados foram analisados por meio de estatísticas descritiva e inferencial, a fim de encontrar a média, distribuição de frequências, realização de cruzamento das variáveis em tabelas de contingências 2x2, com teste de Qui-Quadrado, em que foi adotado nível de significância estatística de p-valor <0,05. A amostra revelou que a média dos níveis depressão sonoro encontrados durante o seguimento da pesquisa variou entre 55,2 e 64,3 decibéis. Esse achado representou ruídos acimado recomendado pela Norma Brasileira Regulamentadora, além de necessitar ajustar o limite de decibéis para análise da associação entre ruídos e a perda de peso, devido a média de níveis depressão sonoro de todos os seguimentos deste estudo resultar em 60 decibéis. Na análise de associação, considerando os ruídos do ambiente, foi encontrado risco para perda de peso em prematuros expostos a níveis depressão sonoro igual ou acima de 60 decibéis quando comparado com crianças expostas a níveis depressão sonoro abaixo de 60 decibéis, porém não houve significância estatística. Para complementar essa investigação, variáveis de confusão, como procedimentos dolorosos e tipo de dieta ofertada ao neonato, foram analisadas pelo teste do Qui-Quadrado, de Mantel-Haenszel, apresentando os seguintes achados: prematuros que receberam dieta de leite materno suplementado foi fator de proteção para perda de peso quando comparados a crianças que receberam apenas leite materno; e prematuros expostos a número de procedimentos igual ou acima de 39 foi fator de proteção para perda de peso quando comparados aos neonatos expostos a número de procedimentos abaixo de 39. Diante dos achados, não foi possível refutar a hipótese nula, assim como reafirmar a hipótese alternativa, considerando a significância estatística nas análises realizadas. Assim, não é possível afirmar a tese de que crianças prematuras, expostas a ruídos, estão mais propensas a perder peso.