Este estudo versa sobre a dinamicidade da circulação intermidiática (FERREIRA; ROSA, 2011), tendo o processo comunicacional por fluxos imagéticos envolvendo a Petrobras como fenômeno privilegiado para a observação de marcas da ambiência em que vivemos, uma sociedade em vias de midiatização (GOMES, 2017). Tomamos como caso de pesquisa as articulações entre as (co)produções publicitárias, jornalísticas e as manifestações de atores sociais interagindo em dispositivos midiáticos (FERREIRA, 2006). Observamos como as associações de sentido, em especial as metáforas imagéticas, são operacionalizadas até a construção do que consideramos como imagem-síntese (ROSA 2012). Um projeto de caráter qualitativo e semiológico (VERÓN, 1997; 2014; FERREIRA, 2013; 2016), apresentado por meio de um mapeamento imagético e analítico de uma das abordagens possíveis envolvendo a Petrobras de 2014 a 2018. Tendo como problema de pesquisa a busca por entender como se apresentava e é constituído o processo comunicativo em foco, e para isso são estabelecidas como perguntas-eixo: Como as associações de sentido sobre a Petrobras operam na circulação intermidiática para significar a empresa? E, como essas associações se relacionam com tentativas de atualização de imaginários sociais e simbólicas ligadas à empresa, diante das afetações do processo de midiatização? Utilizando o método indiciário (BRAGA, 2008) e abdutivo (SEBEOK; UMIKER-SEBEOK, 2014) são constituídos dois circuitos comunicacionais (BRAGA, 2012): “Tempestade” e “Reinvenção”. São circuitos analisados por fluxos de imagens tanto textuais como figurativas (VERÓN, 2004). Com as imagens consideradas em “fluxo adiante” (BRAGA, 2012), com inteligibilidades sendo conferidas por operações realizadas no processo de circulação (ROSA, 2012), buscamos os seguintes objetivos específicos: a) buscar articulações de sentidos e referências imagéticas sobre a Petrobras, com simbólicas históricas e fragmentos do imaginário organizacional sendo debatidos e atualizados entre os anos de 2014 e 2018; b) identificar, na dinâmica da circulação intermidiática, os circuitos comunicacionais Tempestade e Reinvenção, sendo formados por materialidades – de fontes e formatos heterogêneos, operacionalizados em fluxos imagéticos; c) perceber marcas da midiatização na processualidade discursiva observada, envolvendo produção e reconhecimento de sentidos sobre a Petrobras, provenientes tanto da própria organização, como produções de instituições jornalísticas e manifestações de atores sociais interagindo em dispositivos midiáticos. Observando a profusão de sentidos, são delineadas operações midiáticas tanto para propor, quanto questionar e/ou (re)construir simbólicas (CASSIRER, 1994) fundacionais da Petrobras, assim como traços de uma perlaboração imagética/simbólica que – inspirados na tríade “lembrar, esquecer, perlaborar” de Freud (1914), nos levam a propostas de atualizações do imaginário social (CHARAUDEAU, 2006; 2017) para uma organização amplamente comunicada, falada e “comunicante” (BALDISSERA, 2009). Buscamos aqui, retratar um processo social complexo, com circularidades imagéticas (ROSA, 2012) que aparecem e desaparecem dando continuidade ao caso, que acaba por se configurar em exasperação (FORD, 1999; 2002), ou seja, um caso vivo no mar imprevisível da midiatização.