A incidência de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, tem aumentado nos últimos anos, dentre elas, a dengue. Atualmente, a principal ferramenta na operação de controle de mosquitos é a aplicação de inseticidas sintéticos aplicados em sua maioria na sua fase adulta, no entanto sabe-se que as condições experimentadas pelo mosquito vetor na fase larval, pode ser um fator chave para predizer a qualidade do adulto, afetando inclusive a capacidade vetorial. Quando uma fonte de mortalidade externa, é adicionada ao sistema, assumimos intuitivamente que a população diminuirá de tamanho. Contudo, essa mortalidade adicionada pode contribuir para o efeito de supercompensação, em que a mortalidade adicionada aumenta o equilíbrio e tamanho da população. Os inseticidas sintéticos têm apresentado resistência das populações, além de causar danos ao ambiente e a saúde humana. Diante deste cenário, surgem métodos alternativos de controle de vetores, como os produtos botânicos. Esse estudo propôs avaliar se os efeitos da atividade biológica dos óleos essenciais de eucalipto interferem na sobrevivência das larvas de Aedes aegypti e avaliar ainda como os efeitos da densidade promovidos pela atividade inseticida do óleo essencial de Eucalyptus benthamii interfere no desenvolvimento larval e na produção de mosquitos adultos da espécie A. aegypti. Os óleos essenciais foram extraídos por hidrodestilação e analisados por cromatografia gasosa, acoplada a espectrofotometria de massa (CG-MS), posteriormente foram feitos testes de toxicidade larval com óleos essenciais de setes variedades de eucaliptos nas concentrações: 100, 50, 25, 10, e 0ppm. Os principais compostos identificados nos óleos essenciais fora 1,8 cineol e α- pineno. Os óleos essenciais de Eucalyptus testados apresentaram atividade larvicida em grande parte das concentrações avaliadas, principalmente nas de 50 e 100ppm. O maior potencial larvicida foi de 100% para a concentração de 100ppm para os óleos de E. benthamii e Urograndis (24h). Segundo análise PCA, a mortalidade larval de A. aegypti apresenta correlação positiva com os compostos terpineno, O-cymol, O-cymene, terpineol, 2,5-Furandiona, 3-dodecil, α-pineno, globulol e ledol. No teste de desenvolvimento, larvas de A. aegypti foram expostas a dois tratamentos subletais CL90 e CL50 de óleo essencial de E. benthamii e a um controle. Nossos resultados apontam que o número de adultos que alcançaram a maioridade e o tempo de desenvolvimento larval não foram afetados pelos tratamentos, descartando assim o efeito de supercompensação. Já em relação ao tamanho de machos e fêmeas, foi obtido no tratamento CL90 indivíduos maiores em relação ao controle e com maior longevidade do adulto. Esperamos que os larvicidas naturais possam reduzir o número de adultos emergentes, mas caso existam sobreviventes, segundo nossos resultados, esses terão vantagens no seu tamanho corporal e no tempo de vida do adulto, o que indica que as fêmeas maiores, teriam melhor competência vetorial e maior fecundidade.