Torna-se de grande relevância compreender como se dá o aporte da complexa dinâmica sedimentar em regiões litorâneas nos períodos de grandes pressões para as expansões do transporte (modal) aquaviário no Brasil. Estima-se que mais de 80% do comercio internacional é transportado por vias aquáticas e no Brasil não é diferente. Apesar da rara abordagem, o conhecimento acerca dos relevos submersos, a taxa de sedimentação em sistemas estuarinos, no campo observacional ou da validação de métodos empíricos por métodos teóricos que podem fornecer um bom diagnostico. Este estudo é baseado em atividades de campo em um Sistema Estuarino Lagunar, no nordeste do Brasil. A produção de sedimentos provenientes das áreas de drenagem da bacia do rio mundaú, foram avaliados usando técnicas empíricas e comparadas com as quantificações usando sondagens (SONAR) topobatimetricas, mostrando uma produção de 1287 – 1461 quilos por ano e uma camada de deposição de 9,7 cm (2012) e 14 cm (2018). A razão entre os transectos topobatimetricos medidos em 2012 e 2018, resultou em uma produção sedimentos de 1821 quilos por ano e uma camada de deposição de 8 cm. A morfologia da região costeira do leito e entorno do sistema estuarino está sendo constantemente alterada, principalmente, na margem esquerda pelo avanço da degradação que advém do aporte sedimentar, interação entre as variações das forçantes hidrodinâmicas, bem como da possibilidade de processos geológicos que estão associados com as movimentações de terras nos bairros da cidade de Maceió, possam ter correlação com as mudanças recentes de batimetria na laguna Mundaú. Apesar da segurança que a cartografia traz à navegação, desenvolver levantamentos hidrográficos (LH) sempre foi um desafio, devido ao tipo de mão de obra muito especializada, consequentemente, pela dificuldade de realização do serviço, do alto custo para execução, além disso, as constantes alterações na dinâmica sedimentar e as condições climáticas que poderiam interferir nessa execução. Com o avanço das ciências e da tecnologia, novos equipamentos e métodos foram sendo desenvolvidos, possibilitando melhorar a precisão para esses posicionamentos. O presente trabalho mostra a utilização do GPS, a sua conexão com o sistema ecobatimétrico ou sonar e os cuidados a serem adotados. Neste trabalho, a metodologia adotada abrange todas as etapas para realização de um levantamento topobatimétrico com sonar de varredura, totalmente automatizado: coleta de dados, aplicando a técnica RTK (Real Time Kinematic), o processamento, a análise e a geração dos dados do Modelo Digital de Profundidade (MDP) do leito do estuário. Como resultados principais, foram observadas as mudanças morfológicas progressivas ao longo do canal, nos anos de 2012 e 2018.