Foram realizados dois experimentos com o objetivo de avaliar os efeitos da interação de níveis de metionina + cistina digestíveis (met+cis) e da suplementação de ácido guanidonoacético (GAA) e creatina monohidratada (CMH) sobre o desempenho, variáveis sanguíneas, características de carcaça, qualidade de carne e a expressão gênica do transportador de creatina (SLC6A8), em fêmeas suínas na fase de terminação (75 aos 100kg). No experimento I, foram utilizadas 32fêmeas, com peso médio inicial de 75,25± 0,91 kg, distribuídas em um delineamento experimental de blocos casualizados, num esquema fatorial 2×2, constituído de dois níveis de met+cis (0,44% e 0,50%) e dois níveis de GAA (0 e 0,05%), com oito repetições e um animal por unidade experimental. Os animais e aração consumida foram pesados para determinação do ganho de peso (GPD), consumo de ração (CDR) e conversão alimentar (CA). No término do experimento. foi realizada a coleta de sangue de todos os animais para determinação das concentrações plasmáticas de ureia, creatinina, lactato, glicose e homocisteína. Ao atingirem o peso médio de 100±5,85 kg, os animais foram abatidos, após jejum alimentar (24 horas), no abatedouro da Fazenda Experimental de Iguatemi - FEI/UEM. As carcaças foram resfriadas (1-2ºC) por 24h para, posteriormente, serem submetidas à avaliação quantitativa e avaliação da qualidade da carcaça. Imediatamente após o abate, também foram coletadas amostras do fígado para análises de expressão gênica do transportador de creatina, SLC6A8. Os resultados mostraram que não houve interação dos níveis de met+cis e GAA utilizados para as variáveis do desempenho, qualidade de carcaça e da carne e expressão gênica do transportador de creatina e análises sanguíneas, exceto para lactato (p=0,016), em que o maior nível de met+cis (0,50%) com a suplementação de GAA apresentou valores menores em relação a não suplementação. O GAA apresentou efeitosignificativo para a variável profundidade do músculo (PM) (p=0,001), a qual a suplementação aumentou a PM. Os níveis de met+cis apresentaram efeito significativo na variável ureia (p=0,040), apresentando menores valores para o nível de0,50%. No experimento II, foram utilizadas 40 fêmeas suínas, mestiças, de alto potencial genético e desempenho superior, com peso inicial médio de 75,26±0,87 kg, distribuídas em quatro tratamentos, dez repetições e um animal por unidade experimental. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso em um esquema fatorial 2x2, constituídos de dois níveis CMH, 0,0% e 0,10%, e dois níveis de met+cis, 0,40% e 0,44%. Os animais e a ração consumida foram pesados para determinação do ganho de peso (GPD), consumo de ração (CDR) e conversão alimentar (CA). No término do experimento, foi realizada a coleta de sangue de todos os animais para determinação das concentrações plasmáticas de ureia, creatinina, lactato, glicose e homocisteína. Ao atingirem o peso médio de 100± 3,78 kg, os animais foram abatidos, após jejum alimentar (24 horas), no abatedouro da Fazenda Experimental de Iguatemi - FEI/UEM. As carcaças foram resfriadas (1-2ºC) por 24h para, posteriormente, serem submetidas à avaliação quantitativa e avaliação da qualidade da carcaça. Imediatamente após o abate, também foram coletadas amostras de tecido do músculo Longissimus dorsi para análises de expressão gênica do transportador de creatina, SLC6A8. Os resultados obtidos indicam que não houve interação entre os níveis de met+cis no desempenho e expressão gênica do transportador de creatina (p>0,05). Porém, houve interação significativa para o ponto P3 de gordura (p=0,004), perda de água por gotejamento (PG) (p=0,018) e perda de água por descongelamento (PD) (p=0,04) e concentração plasmática de creatinina (p=0,03). Para o ponto P3, suplementação com CMH, apresentou valores menores de deposição de gordura. Para as variáveis PG e PD, o menor nível de met+cis com a suplementação de CMH apresentou maiores perdas de água. A creatinina plasmáticaapresentou menores concentrações com a suplementação de 0,10% de CMH, comparada à não suplementação, somente no nível de 0,44% de met+cis. Além disso, os níveis met+cisinfluenciaram a porcentagem de inibição do radical DPPH (p=0,022). Conclui-se que
o GAA não demanda um maior aporte de met+cis nas dietas de suínos em terminação e sua suplementação melhorou a profundidade do músculo Longissimus dorsi, sem alterar o desempenho, qualidade de carne e expressão gênica do transportador SLC6A8 no fígado.A suplementação de CMH na dieta de suínos em terminação traz respostas evidentes sobre a qualidade da carne ao se utilizar níveis adequados de metionina+cisteína digestíveis, que também auxiliam na prevenção de danos oxidativosdos lipídeos no Longissimus dorsi.