Objetivo: estimar a prevalência da Síndrome de Estafa Profissional (Síndrome de Burnout) e os fatores associados em Médicos, Enfermeiros e Fisioterapeutas trabalhadores de UTI de uma grande cidade do Estado da Bahia e estimar a prevalência da Distúrbio Psíquico Menor e os fatores associados em Enfermeiros trabalhadores de UTI de uma grande cidade do Estado da Bahia. Metodologia: estudo epidemiológico de corte transversal, populacional, exploratório, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Feira de Santana (CEP/UEFS), que utilizou um instrumento de coleta de dados validado, autoaplicável e respondido pelos trabalhadores selecionados, no período de julho a novembro de 2016. O instrumento constou de sete blocos de questões: 1º bloco: identificação geral do entrevistado, destinado a caracterizar os indivíduos segundo sexo, idade, especialização, tempo de trabalho profissional, carga horária total trabalhada/semana, turnos de trabalho; 2º bloco: características do ambiente de trabalho percebidas pelos profissionais como nocivas à sua saúde - Job Content Questionnaire (JCQ); 3º bloco: referente à qualidade de vida WHOQOL-Bref; 4º bloco: queixas de doenças, para avaliar a situação global de saúde dos indivíduos, buscando identificar queixas e sintomas de alguns agravos à saúde, tais como, distúrbios do sono, distúrbios auditivos e visuais, alergias, infecções recorrentes, distúrbios gastrintestinais, dentre outros problemas de saúde mais comuns; 5º bloco: Avaliação da Síndrome de Estafa Profissional medido pelo MBI (Maslach Burnout Inventory); 6º bloco: questões sobre doenças e acidentes de trabalho, problemas de saúde recentes e hábitos de vida e um instrumento de triagem de alcoolismo, (CAGE); e o 7º bloco: questões sobre sofrimento mental, utilizando o Self Report Questionnaire - SRQ-20. Resultado: Nos médicos predominou jovens, do sexo masculino, em união estável, pós-graduados, com renda mensal > R$ 10.000,00. Referiram a rinite/sinusite, lombalgia, distúrbios do sono, varizes, hipercolesterolemia e hipertensão como queixas de saúde mais frequentes. A prevalência de Burnout foi de 47,9%. Nos enfermeiros, predominou jovens, do sexo feminino, casados, sem filhos, com especialização e renda ≤ R$ 10.000,00. A prevalência da Síndrome de Burnout foi de 53,6% e observou-se associação com idade, uso de tabaco, uso de bebida alcoólica, carga horária de plantão noturno, vínculo de trabalho, possuir título de especialista em Terapia Intensiva, número de pacientes assistidos por plantão, renda mensal e considerar o trabalho ativo ou de alta exigência. A prevalência de Distúrbios Psíquicos Menores entre os enfermeiros foi de 24,6% e observou-se associação com idade, carga horária total de trabalho; carga horária de trabalho, plantão noturno, duplo vínculo, tipo de Unidade de Terapia Intensiva e consumo de bebida alcoólica. Nos fisioterapeutas, predominou jovens, do sexo feminino, solteiros, sem filhos, com pós-graduação, que trabalhavam em UTI adulto e renda ≤ R$ 6.000,00. A prevalência da síndrome de Burnout foi de 33,3% e observou-se associação com sexo, idade ter filhos, carga horária de plantão noturno e carga horária total semanal. Conclusões: Os resultados apontam elevada prevalência de Burnout, múltiplos vínculos laborais, elevada carga horária de trabalho semanal e de plantão noturno entre os médicos, enfermeiros e fisioterapeutas estudados. Observou-se elevada prevalência de Distúrbio Psíquico Menor entre os enfermeiros. Os resultados apontam para a necessidade de ampliar os estudos sobre as condições de trabalho e fatores associados ao Burnout e sofrimento mental dos intensivistas e promover a reflexão e discussão sobre melhores condições laborais visando a adoção de medidas preventivas e hábitos de vida saudáveis.