O maior custo de uma produção em um cultivo de peixes, está relacionado a nutrição, podendo passar dos 50%, por isso, o uso de alimentos alternativos chama atenção devido a disponibilidade, e assim minimizar o custo da produção. As folhas de amoreira (Morus alba) apresentam uma boa composição química com qualidade nutricionais, com alto teor proteíco, podendo ser um alimento potencial para a indústria de rações para peixes. No entanto, são poucos os estudos que avaliam a farinha de folha de amoreira (FAM) na nutrição de peixes, e até então nenhum de determinação de coeficiente de digestibilidade para tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de uso da farinha de folha de amoreira e o nível ótimo de inclusão em dietas isenta de farinha de peixe para alevinos de tilápia do Nilo. Foram realizados ensaios para avaliação do coeficiente de digestibilidade aparente (CDA) da farinha de folha de amoreira (FAM), e ensaios de desempenho contendo níveis crescentes de inclusão (0; 3; 6; 9; 12; 15 e 18%) de FAM, a fim de determinar o nível ótimo de inclusão nas dietas. A FAM apresentou altos coeficentes de digestibilidade para a tilápia, com CDA para matéria seca (MS) 0,40; proteína bruta (PB) 0,94; extrato etéreo (EE) 0,58; e energia bruta (EB) 0,39. Os valores digestíveis para proteína foram de 22,94%; extrato etéreo 1,25% e energia 1.569 Kcal kg-1. Apresentando um bom valor de proteína digestível e energia digestível, semelhantes ou melhores que outros alimentos derivado de folhas, dessa forma é um ingrediente com potencial para estudos da sua inclusão em rações para a tilápia do Nilo. No ensaio de desempenho não foi registrado efeito da inclusão da FAM nos parâmetros zootécnicos de ganho de peso (GP), peso final (PF) e sobrevivência (SOB). Os valores de conversão alimentar aparente (CAA) do tratamento de 15% de inclusão da FAM na dieta, apresentou uma CAA superior aos peixes alimentados com a dieta referência (0%). Na composição química corporal os teores de MS, EE e MM, não foram influênciados (p>0,05) pelos níveis de FAM, entretanto PB apresentou influência (p<0,05), uma diminuição dos teores conforme aumentava os níveis de FAM nas rações. Apesar disso, os resultados da composição química de filé indica a inexistência de variações significativas das rações experimentais, em especial nos teores proteíco e lipídico. Portanto, a farinha de folhas de amoreira pode ser incluída em até 18% em rações isentas de fontes alimentares de origem animal, para alevinos de tilápia do Nilo sem afetar o seu ganho de peso, conversão alimentar e morfometria.