O presente estudo teve como objetivo verificar os efeitos da suplementação do diluente de criopreservação de sêmen bovino com iodixanol, tanto como aditivo quanto como crioprotetor. Em ambos os experimentos foram utilizados três touros da raça Nelore de fertilidade comprovada, com idade entre 3 e 8 anos, mantidos em regime regular de colheita de sêmen na Central de Inseminação Artificial Tairana (Presidente Prudente, São Paulo, Brasil). Os ejaculados foram obtidos através de vagina artificial, duas vezes por semana, por três semanas consecutivas. As amostras de sêmen fresco foram analisadas individualmente quanto à motilidade, vigor, morfologia e concentração espermática. Os ejaculados dos três touros foram misturados em frações proporcionais para compor o “pool” de sêmen e, assim, eliminar a variabilidade individual dos animais. No experimento I, o “pool” de sêmen foi dividido em quatro partes iguais e essas diluídas em meio de congelamento comercial (com glicerol) suplementado com solução de iodixanol a 60% nas concentrações de 0 (grupo controle, CO), 2,5% (I-2.5), 5% (I-5) ou 10% (I-10) do volume total do diluente, resultando em uma concentração final de 0, 1,5%, 3% e 6% de iodixanol, respectivamente. Em seguida as palhetas foram refrigeradas e congeladas. Os resultados das análises pós-descongelamento realizadas no CASA e utilizando sondas fluorescentes por citometria de fluxo mostraram que a suplementação com iodixanol preservou a motilidade e integridade das membranas espermáticas durante a criopreservação, bem como protegeu os espermatozoides contra a ação de espécies reativas de oxigênio, especialmente no grupo I-10. No experimento II, o “pool” de sêmen foi dividido igualmente em três partes e diluídas em meio de congelamento comercial (preparado sem glicerol) suplementado com diferentes crioprotetores: 7% de glicerol (grupo controle, CO), associação de 3,5% de glicerol com 3,5% de iodixanol (GI) e 7% de iodixanol (I7) do volume final do diluente, resultando na concentração final de 5,95% de glicerol, 2,95% de glicerol e 2,1% de iodixanol
e 4,2% de iodixanol, respectivamente. À análise pós-descongelamento foi possível observar que a associação de glicerol com iodixanol resultou em maior motilidade e longevidade espermática, integridade de membrana e menor peroxidação lipídica, bem como o iodixanol como único crioprotetor não foi eficiente em proteger o espermatozoide durante a criopreservação.