Introdução: A confecção de uma estomia é um procedimento cirúrgico para
exteriorização de órgãos ou visceras para o meio externo. As estomias de
eliminação podem ser classificadas como: ileostomia, colostomia, colostomia
úmida e urostomia tipo bricker. Independente do tipo de estomia, podem ter
complicações relacionadas ao estoma e pele periestomal que associado a
outros fatores podem interferir na qualidade de vida e processo adaptativo
para a reabilitação. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de pacientes
oncológicos submetidos a estomas intestinais e urinários. Metodologia:
Pesquisa de coorte longitudinal, realizada nas enfermarias e ambulatório da
cirurgia oncológica, pelvica e urologia, com pacientes submetidos a estomas
de eliminação durante o período de julho/2016 a janeiro/2017. Foram
utilizados os questionários EORTC-QLQ-C30 e OAI-23 em 5 momentos
durante 180 dias. Os dados foram analisados de forma descritiva e a
comparação das variáveis quantitativas em relação as avaliações foi
utilizado o teste não paramétrico de Friedman e quando diferença
significativa, o teste de comparação múltipla com correção de Bonferroni. O
nível de significância foi de 5%. Resultados: Foram incluídos 27 pacientes,
com idade entre 25 a 82 anos, com média de 57,6 (±14,4) anos, sendo a
maioria do sexo masculino (51,8%), 19 (70,4%) não receberam informações
sobre a confecção do estoma e 25 (92,6%) não tiveram estoma demarcado
no pré-operatório. Dentre as complicações, a dermatite de pele periestomal
apresentou maior incidência, 18 (90%), 22(100%) e 11 (91,7%), com 30 dias
de PO, 90 dias de PO e 180 dias de PO, respectivamente. Durante a
avaliação quantitativa do ajustamento, houve significância em todos os
escores nos 4 tempos de pesquisa: aceitação: p=0,005, ansiedade: p=
<0,001, engajamento social: p=0,001, raiva: p= <0,001 e escore total: p=
<0,001. Ao analisar a QV foram clinicamente relevantes em relação aos 4
momentos de pesquisa nas subescalas desempenho físico (p=0,026),
desempenho funcional (p=0,001), emocional (p=0,034), social (p=0,006), dor
(p=0,023) e constipação (p=<0,001). Conclusão: Quando comparamos a
análise quantitativa QV ao longo tempo, percebe-se que a QV piorou ao
longo do tempo, porém este fato pode estar também relacionado a
progressão da doença; e em relação a análise quantitativa do ajustamento
ao longo do tempo, percebe-se que houve um declínio com 30d de PO e
após esse período, houve melhora no processo adaptativo.