O estilo de vida inativo é um fenômeno associado a graves problemas de saúde pública, em especial, aqueles relacionados à doenças crônico não transmissíveis, como o câncer. Neste contexto, o objetivo geral deste estudo foi investigar a associação entre os fatores de risco para o câncer e nível de atividade física inerentes ao estilo de vida de Advogados do Estado de Santa Catarina. Para tanto, foram desenvolvidos dois estudos. No estudo teórico buscou-se desenvolver uma revisão integrativa da literatura seguindo a estratégia SPIDER sobre os principais instrumentos de avaliação da atividade física em pessoas com câncer, realizada no período de agosto de 2017 a janeiro de 2019, por meio de descritores MESH, nas bases de dados MEDLINE via Pubmed, SciELO, LILACS e PEDro, além do Schoolar Google. No estudo empírico buscou-se comparar os escores dos domínios do estilo de vida segundo os escores de atividade física, e associar o nível de atividade com as características sociodemográficas, as características antropométricas, os fatores de risco ambientais ao câncer, os fatores de risco comportamentais ao câncer e os domínios do estilo de vida de Advogados de Santa Catarina. Os participantes foram caracterizados como Advogados de ambos os sexos, maiores de 18 anos, com condições físicas e emocionais auto referidas, com intenção e consentimento para participar da pesquisa. Os participantes foram identificados por meio de diferentes estratégias entre profissionais atuantes nas regiões sul, alto vale do rio Itajaí e litoral do estado de Santa Catarina, entre os meses de janeiro e maio de 2019, selecionados por snowball. Na primeira etapa foram selecionados 14 indivíduos, os quais indicaram novos potenciais participantes, totalizando 71 indivíduos. Os dados foram coletados por meio de ficha sociodemográfica, antropométrica e ocupacional, de Lista de Fatores de Risco para o Câncer Atribuíveis ao Estilo de Vida e ao Ambiente, do Questionário Estilo de Vida Fantástico e do IPAQ versão curta. A coleta de dados foi realizada na maioria dos casos com o autopreenchimento físico dos instrumentos. O estudo revisional apontou que existem diversos tipos de instrumentos de avaliação da atividade física e que suas funções e usos dependem do tipo de estudo, recursos e condições associadas, sendo que os monitores fornecem dados mais precisos e confiáveis, mas tem custos elevados, e os questionários são menos precisos, mas são mais fáceis de usar, principalmente no que tange às condições associadas ao câncer ou seu tratamento. Os principais instrumentos identificados foram: EORTC, QLQ-C30, NORDIET-FFQ, HUNT-PAQ, Baecke Questionário, GPAQ e POMS. O estudo empírico apontou que 46,5% dos participantes estão acima do peso corporal recomendado para saúde, 28,2% faz uso exagerado ou abusivo de medicamentos (diário=1,4%; com relativa frequência=9,9%; ocasional=16,9%). A maioria faz uso frequente de pelo menos 2 itens contendo açúcar, sal ou gordura animal, não usou cigarros nos últimos 5 anos, ingere de 3 a 6 vezes por dia bebidas com cafeína, faz uso de 0 a 7 vezes por semana de bebida alcoólica, não fez uso de drogas como maconha ou cocaína. Foi possível verificar ainda associação estatisticamente significante entre nível de atividade física e uso rotineiro de álcool (p=0,012) e exposição a radiação solar (p=0,006), além relações do escore total do estilo de vida segundo o nível de atividade física (t= -2,969, p= 0,028), a favor do grupo com nível de atividade física igual ou superior a recomendada.