As metas globais são as promessas do milênio para o desenvolvimento sustentável e devem guiar
as ações dos governantes e as nossas ações comuns. A agenda global contemporânea apresenta-se
como um incomensurável desafio à diplomacia entre as nações. Da trajetória dos últimos 15 anos
com os Objetivos do desenvolvimento do Milênio (ODM) os encaminhamentos da agenda ODS ou
pós-2015, há uma novidade. É possível avançar com agendas globais quando estas são planejadas
por instâncias legitimas em todo o ciclo que as produz, do pré-agendamento, da formulação à
avaliação por mecanismo de gestão e governança capazes de produzir enraizamento social. Por isso
justifica-se o uso do diagnóstico diferencial de Jeffrey Sachs, que é o idealizador dos ODM/ODS,
para o levantamento dos indicadores de Blumenau/SC. São os objetivos holísticos do
desenvolvimento sustentável: prosperidade econômica; inclusão social; acabar com a pobreza;
assegurar a sustentabilidade ambiental. A hipótese testada pelo projeto é que o processo de
formulação das políticas públicas e as regras que regem suas decisões, elaboração, formulação e
implementação, também influenciam os resultados dos conflitos inerentes às decisões sobre política
pública. Por isso do ponto de vista da estratégia política, a definição de um problema é fundamental.
O objetivo desse projeto é realizar o diagnóstico diferencial no município de Blumenau e a partir
dos seus resultados discutir a correlação entre abordagem da economia clínica e a etapa pré-
decisional dos processos de formulação de políticas para o desenvolvimento sustentável de
Blumenau. Considerando a análise da realidade do munícipio de Blumenau entre 2006-2015, a
partir das bases SIGAD e Atlas do Desenvolvimento pergunta-se: Como o diagnóstico diferencial
de Jeffrey Sachs pode contribuir para que uma questão identificada ganhe status de problema
significativo para a agenda ODS? Conclui-se com o entendimento de que a pobreza é a temática
fundante dos ODM e dos ODS. Tratá-la como fenômeno multidimensional é abordar a temática do
desenvolvimento sob a mesma perspectiva. A governança global sugerida por estas agendas são
uma alternativa, em construção, do seguinte entendimento: é possível falar em agendas globais por
arquiteturas decisórias que suplantem caminhos declaratórios, oferecendo elementos vivenciais que
merecem ser objeto de estudos futuros. Desta forma, este estudo justifica-se pela quase ausência de
estudos sobre o tema, nos principais anais de eventos e periódicos indexados na área de
Planejamento Urbano e Regional/Demografia. Organizou-se este trabalho em quatro partes.
Primeiro apresenta-se a importância de um pacto global e a Cimeira do Milênio, juntamente com a
Agenda Pós-2015 e consequentemente, os ODS, como estratégia para a continuidade do pacto
global. No segundo capítulo será abordado o processo de formulação de políticas segundo o modelo
de John Kingdon. Esse modelo será usado para pensar como uma questão passa a ganhar o status
de problema, e, por conseguinte, se inserir no processo competitivo de agenda governamental. No
capítulo seguinte, discute-se a emergência de uma nova economia para o século XXI, como
possibilidade para a liberdade. As estratégias para a redução da pobreza, para o desenvolvimento
sustentável e seus impactos para o desenvolvimento regional serão apresentados também nesse
momento. A economia clínica de Jeffrey Sachs e o seu diagnóstico diferencial é apresentado aqui
como uma ferramenta que da possibilidade de mensuração ao desenvolvimento sustentável,
segundo os indicadores dos ODS/ODM. Nesse capítulo será produzida um atlas do
desenvolvimento do município de Blumenau, seguindo o checklist do diagnóstico diferencial para
levantamento de dados, que possibilite a discussão sobre o desenvolvimento regional sustentável.
No capítulo final serão apresentadas as conclusões sobre a correlação entre formulação de políticas
públicas na sua fase pré-decisional e o diagnóstico diferencial para o desenvolvimento sustentável
em Blumenau/SC.