Há poucos anos do início do século XXI, já é possível perceber como as relações entre os homens e os objetos se alteraram e continuam num processo crescente. A tecnologia, a comunicação, a globalização e o design, juntos, impulsionam a humanidade por caminhos que precisam ser revistos sob novos olhares, principalmente os sociais. Pensar em novas possibilidades para este contexto faz-se necessário e urgente, diante da situação atual em que o mundo se encontra. Uma possibilidade, que possa responder a estas questões, surgiu em 2012, chamada pelo seu criador, Roberto Verganti, de Inovação Radical de Significados. O autor sugere que empresas e designers podem gerenciar um processo para encontrar novos significados para produtos, radicalmente diferentes dos já existentes em seus setores de comercialização. Porém, ele apresenta somente casos nos quais o objetivo da sua proposição seria o de aumentar o faturamento/lucro das empresas, ou seja, um contexto puramente mercadológico. Acredita-se que a ressignificação (considerada como o mesmo que inovação radical de significados) possa ir muito além, sendo uma ferramenta com possibilidades para auxiliar os designers a projetarem e redesenharem artefatos mais abrangentes e conscientes das realidades de determinados grupos sociais, podendo, dessa forma, ir além do campo puramente mercadológico, abarcando outras esferas e contextos, como os estigmas sociais provocados por artefatos usados por idosos com mobilidade reduzida. Para averiguar esta possibilidade, propõe-se um experimento com os alunos da disciplina de Prática Projetual do curso de Design de Produto, da Escola de Design da UEMG, por meio do qual poderá ser verificado se o método design discourse pode ser usado também em contextos sociais e quais são os possíveis resultados desse processo. Dos resultados desta pesquisa, obteve-se: 1) a pesquisa documental, que apresenta o registro do desenvolvimento dos 14 projetos criados pelos alunos, selecionados para participarem do experimento; 2) os resultados das análises a partir das entrevistas individuais e coletivas com os alunos, para averiguar quais foram suas percepções sobre o exercício proposto; 3) os resultados das análises obtidas por meio da técnica de grupo focal com 10 idosos portadores de algum tipo de mobilidade reduzida, para verificar quais foram as percepções deles sobre cada projeto desenvolvido pelos alunos. A partir desses três resultados, faz-se uma triangulação para averiguar se, de fato, a ressignificação promovida por meio do design discourse pode ser utilizada em contextos sociais, com resultados satisfatórios.