Introdução. A celulite caracteriza-se como aparência irregular da superfície da pele, com aspecto “acolchoado” ou “em casca de laranja” nas coxas e regiões glúteas e, menos frequentemente, nos braços e abdome, predominantemente em mulheres após a puberdade. Apesar da etiopatogenia ainda não ser completamente esclarecida, é considerada um distúrbio multifatorial, que envolve alterações primárias, anatômicas ou estruturais do tecido adiposo e alterações no tecido conjuntivo dérmico. Os fatores mais relevantes incluem: herniação da gordura em direção ao tecido conjuntivo dérmico, facilitada pela presença de septos fibrosos hipodérmicos finos e perpendiculares; diferenças bioquímicas e metabólicas em relação à gordura normal e alterações estruturais relacionadas ao sexo em diferentes regiões do corpo. Objetivo: Avaliar os fatores de risco para a presença da celulite e seu impacto na qualidade de vida. Casuística e Métodos: Trata-se de um estudo transversal. Foram incluídas 184 adolescentes de 12 a 18 anos, média de 15 anos. Foram avaliadas as seguintes variáveis: históricos genético familiar, ginecológico hormonal, atividade física, nutrição, composição corporal e antropometria; gravidade da celulite e seu impacto na qualidade de vida. Resultados: as variáveis que se mostraram significantes como fator de risco para a celulite foram: IMC (p˂0,001), tempo desde a menarca (p=0,037), carboidrato por energia (p=0,006), consumo de água por dia (p=0,037), história familiar (p=0,003) e atividade física semanal (p˂0,001).Conclusão: Fatores genético familiar, ginecológico hormonal, nutricional, antropométrico e atividade física, mostraram-se diretamente relacionados ao desencadeamento e gravidade da celulite, o que reforça seu caráter multifatorial. A divulgação deste estudo contribuirá para apontar possíveis mecanismos fisiopatológicos e alertar as adolescentes sobre os fatores de risco associados ao desencadeamento e agravamento desta condição.