Propõe-se, nesta tese, estudar a obra de Achilles Vivacqua com ênfase em seus aspectos melancólicos. Durante os estudos dos textos literários, identificou-se uma condição melancólica na escrita literária do escritor que dialogava com a que ele enfrentou em vida. Os estudos partiram da suposição de que, devido à sua expressividade e potência, a experiência de viver com tuberculose e suas limitações alcançou o projeto literário de Vivacqua, levando-o a utilizá-la como experiência-fonte de sua arte, tanto como forma voluntária de autoconhecimento quanto como procedimento possivelmente involuntário, que surgia através da força do inconsciente. Para realizar esses estudos, utilizou-se de fontes primárias presentes no Acervo de Escritores Mineiros da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de onde foram selecionados os textos literários estudados nesta tese. Para os estudos sobre a melancolia, teóricos como Starobinski, Luiz Costa Lima, Urania Tourinho Peres, Freud, dentre outros, foram consultados. Para a realização dos estudos, considerou-se a diversidade da obra de Achilles Vivacqua, escritor que produziu diversos tipos de textos e se dedicou a diferentes gêneros literários. Considerou-se, ainda, a postura autoral de Vivacqua, que tanto colaborou com os mais relevantes jornais e revistas de sua época quanto jogou com identidades múltiplas ao utilizar pseudônimos masculinos e femininos. Esses fenômenos foram estudados como uma postura de alguém que está em constante busca de algo, que não se fixa, que peregrina. Realidade que também pode ser vista como sintoma da melancolia, sentimento de insatisfação, incompletude, inquietude