A utilização de inibidores da ALS, como chlorimuron-ethyl e diclosulam e de herbicidas inibidores da PROTOX, como o sulfentrazone tem voltado a ser importantes para a cultura da soja, em função dos problemas de plantas daninhas resistentes. Estes herbicidas apresentam seletividade para a cultura da soja e podem ser aplicados em pré-emergência. No entanto, ainda há receio na recomendação de pré-emergentes, pois pode ocorrer fitointoxicação na cultura. As variedades de soja apresentam tolerância diferencial a estes herbicidas e um “screening”
convencional no campo entre variedades é inviável, devido ao elevado número de variedades disponíveis no mercado e ao constante lançamento de novas variedades. O objetivo do presente trabalho foi desenvolver um teste para distinguir a sensibilidade de variedades de soja aos herbicidas chlorimuron-ethyl, diclosulam e sulfentrazone. No primeiro capítulo, foram estudados os inibidores da ALS, chlorimuron-ethyl e diclosulam. Inicialmente, identificou-se uma variedade padrão sensível e outra tolerante ao chlorimuron-ethyl, MSOY 6410 IPRO e AS
3570 IPRO, respectivamente, em doses crescentes do herbicida aplicadas em pós-emergência por meio de notas de fitointoxicação visual. Em uma segunda etapa do estudo, avaliaram-se os teores do herbicida, valina, leucina, isoleucina e ácido 2-aminobutírico na planta. Em seguida, os mesmos teores foram avaliados com a aplicação em pré-emergência de diclosulam nas variedades BMX Vanguarda IPRO, BMX Força RR, BMX Potência RR e BMX Energia RR.
Concluímos que a tolerância de variedades de soja ao chlorimuron-ethyl pode ser determinada por meio da quantificação de aminoácidos valina, leucina e isoleucina, quando as plantas estiverem no estádio vegetativo V4. Se a aplicação de chlorimuron-ethyl for utilizada, o método de análise do ácido 2-aminobutírico é uma ferramenta adicional e pode ser averiguada até uma semana após a aplicação do herbicida. Para a tolerância de variedades de soja ao diclosulam, ainda é necessária uma adequação de métodos, pois não se observou a mesma consistência de
resultados do experimento de chlorimuron-ethyl. No segundo capítulo, a tolerância ao sulfentrazone nas variedades V-TOP RR e BRS 284 foi avaliada por meio da altura de planta, comprimento de raiz, massa seca de parte aérea e raiz. Em seguida, a concentração de sulfentrazone na seiva do xilema foi avaliada nestas variedades e na variedade NA 5909 RG. Conclui-se que a variedade V-TOP RR foi identificada como um padrão sensível ao
sulfentrazone, pela redução de altura de planta, comprimento de raiz, massa seca da parte aérea e raiz em comparação à variedade BRS 284, identificado como um padrão tolerante. A metodologia de quantificação do herbicida na seiva pode atuar como teste na discriminação das variedades e, desta forma, classificou-se três níveis de sensibilidade ao sulfentrazone, sendo a V-TOP RR sensível, NA 5909 RG intermediária e BRS 284 tolerante.