Objetivou-se por meio do presente estudo avaliar o desempenho, morfometria intestinal e microbiota cecal em codornas de corte alimentadas com glutamina (Gln) associada ao ácido glutâmico (Glu) e submetidas ou não a estresse térmico. Para tanto, foram desenvolvidos três experimentos, o primeiro foi realizado no Setor de Coturnicultura do CECA/UFAL, o segundo e terceiro experimentos no Setor de Avicultura do CCHSA/UFPB. No primeiro experimento estudou-se o efeito da suplementação dietética de glutamina associada ao ácido glutâmico sobre o desempenho, morfometria intestinal e características de carcaça de codornas de corte. Foram utilizadas 800 aves não sexadas, com um dia de idade, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos (0,0; 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8% de suplementação de Gln+Glu) e oito repetições com 20 aves por unidade experimental. Os resultados do desempenho, pelo teste de Dunnett, mostraram redução (P<0,05) no consumo de ração das aves que receberam 0,6 e 0,8% de suplementação de Gln+Glu, bem como redução no ganho de peso (P<0,05) ao nível de 0,8% de Gln+Glu na fase de um a 21 dias de idade. A análise regressão, excluindo-se o tratamento controle, apresentou aumento linear (P<0,05) no consumo de ração na fase de 22 a 42 dias. Para morfometria intestinal, pelo teste de Dunnett, constatou-se maior profundidade de cripta do duodeno (P<0,05) ao nível de 0,6% de Gln+Glu; menor altura de vilo do jejuno (P<0,05) aos níveis de 0,4; 0,6 e 0,8% de Gln+Glu; menor profundidade de cripta do jejuno (P<0,05) aos níveis de 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8% de Gln+Glu; e maior altura de vilo do íleo (P<0,05) aos níveis de 0,2; 0,6 e 0,8% de Gln+Glu, todos quando comparados ao tratamento controle; e, pela análise de regressão, excluindo-se o controle, constatou-se efeito quadrático (P<0,05) para a altura de vilo e profundidade de cripta do jejuno e para altura de vilo do íleo, cujos respectivos pontos de mínima estimados foram 0,59; 0,58 e 0,51%. No segundo e no terceiro experimentos objetivou-se caracterizar a microbiota cecal de codornas de corte e elucidar o efeito do estresse térmico crônico e da suplementação dietética de glutamina associada ao ácido glutâmico sobre a diversidade microbiana. Em ambos os experimentos foram utilizadas 320 codornas de corte, distribuídas em delineamento inteiramente ao acaso, com duas condições térmicas em cada experimento [conforto e frio (experimento 1); conforto e calor (experimento 2)] e duas dietas (dieta basal e dieta suplementada com 0,2% de Gln+Glu), com oito repetições e dez aves por unidade experimental. Aos 21 e aos 42 dias de idade seis aves de cada tratamento dos experimentos 1 e 2, respectivamente, foram abatidas, colhidos os cecos e congelados a –80°C; posteriormente procedeu-se à extração de DNA, sequenciamento e processamento das sequências geradas. Por meio da identificação das sequências geradas, constatou-se em ambas as idades maior abundância dos filos Firmicutes, seguido de Bacteroidetes, os quais foram constituídos majoritariamente pelo gêneros Megamonas e Bacteroides, respectivamente. A análise estatística não encontrou efeito (P>0,05) dos tratamentos térmicos e dietéticos sobre a diversidade da microbiota cecal das codornas. Conclui-se que a suplementação de glutamina e ácido glutâmico não melhora o desempenho e características de carcaça de codornas de corte, no entanto, a suplementação de 0,2% destes aminoácidos favorece o desenvolvimento morfométrico do íleo aos 21 dias de idade. A microbiota cecal de codornas de corte aos 21 e aos 42 dias de idade é composta predominantemente pelo filo Firmicutes, seguido de Bacteroidetes; e a família mais abundante nos cecos de codornas de corte é Veillonellaceae, cujo gênero Megamonas representa mais de 1/3 do total de bactérias colonizadoras. O estresse térmico crônico e a suplementação dietética de 0,2% Gln+Glu não alteram a diversidade da microbiota dos cecos de codornas de corte.