Esta pesquisa foi realizada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas-Campus Tabatinga, com alunos do Curso Técnico em Agropecuária, modalidade PROEJA INDÍGENA. O objetivo geral é conhecer a identidade cultural de alunos do Curso Técnico em Agropecuária, na modalidade PROEJA Indígena, que o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia-Campus Tabatinga. O trabalho se fundamenta em pressupostos da educação, da EJA, da Sociolinguística e da formação técnica ofertada no supracitado Campus. Apresenta, ainda, os procedimentos do universo da pesquisa, tópicos norteadores e classificadores para a coleta e análises da mesma. Para a metodologia da análise quanti-qualitativa foi aplicado um (1) questionário sociolinguístico do perfil sociocultural e linguístico e analisamos a produção escrita de alunos a partir de textos elaborados em três (3) oficinas. Os resultados apontam que a educação contribui para que o sujeito possa viver em harmonia com seu meio social, a fim de que seus limites naturais possam ser transpostos, de forma engajada, responsável e compromissada para atender a uma política de criação e manutenção de espaços democráticos em várias áreas do conhecimento. Apontamos para a necessidade de se construir e manter mais espaços democráticos de formação e de produção de ações efetivas, neste sentido, a educação indígena deve respeitar a língua materna de cada tribo indígena, seus modos e ritmo de vida, preservando suas culturas e diferentes etnias, abrindo caminhos para novos conhecimentos e melhoria de vida. A pesquisa realizou-se no CTBT, no munícipio de Tabatinga, que faz parte da fase II de expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, a comunidade fronteiriça, no qual o munícipio está inserido, formando conjuntamente com as cidades de Letícia-CO e de Santa Rosa-PE a região da Tríplice Fronteira Brasil-Colômbia e Peru. As oficinas de produção de textos realizadas com 22 alunos indígenas demonstram que os povos indígenas têm um dom natural em narrar os mitos e lendas da sua tribo que se integram para formar o imaginário popular indígena de domínio coletivo. Na análise dos dados, pode-se inferir que os alunos que estão cursando o nível médio técnico, na modalidade EJA, passaram, estão e continuam em processo de aprendizagem em relação à proficiência em uma Segunda Língua, processo que lhes é natural, haja vista não ser a língua materna deles, até os mesmos interiorizarem as regras da gramática, nesse caso a da Língua Portuguesa. Verificou-se que os alunos têm a mesma identidade cultural, pertencem ao mesmo grupo étnico, logo as produções trazem traços de etnia ao longo de sua história e vivência social, permitindo conhecimentos e acontecimentos sobre a tribo. A produção de textos apresenta elementos do mito, da história e da cultura, na qual os alunos foram autores de sua identificação étnica, enquanto sujeitos identitários da cultura Ticuna.