A salinidade do solo e da água afeta o crescimento e o desenvolvimento de espécies vegetais sensíveis, como as dos citros, o que faz necessário se identificar combinações copa/porta-enxertos tolerantes a este fator de estresse abiótico. Com este foco, objetivou-se avaliar a tolerância ao estresse salino, a partir de variáveis de crescimento e fisiológicos, de genótipos de três progênies de citros, enxertadas com a limeira ácida ‘Tahiti’, na fase de formação de mudas (copa/porta-enxerto). A pesquisa foi realizada em casa de vegetação pertencente à Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus de Pombal, PB. Usando-se delineamento experimental de blocos ao acaso, estudou-se, em três experimentos (um para cada progênie), o efeito da ‘salinidade da água de irrigação’, constando de dois níveis de condutividade elétrica da água (0,3 e 3,0 dS m-1), em 20 ‘genótipos’ de citros da progênie, acrescentando-se, em cada experimento, três testemunhas. Todos os genótipos foram enxertados com a limeira ácida ‘Tahiti’. Combinados os fatores, obtiveram-se, em cada experimento, 46 tratamentos (2 x 23), repetidos em quatro blocos, sendo a parcela composta por uma planta. A semeadura dos genótipos ocorreu em tubetes de 50 mL, onde as plantas permaneceram até 75 DAS, quando foram repicadas para sacos de polietileno com capacidade de 2.000 mL, local em que se fez a enxertia por borbulhia com a limeira ácida 'Tahiti' aos 159 DAS, o que permitiu a condução das plantas (combinação copa/porta-enxerto) até o final da pesquisa, cerca de 360 DAS. O início da irrigação com água salinizada se deu aos 180 dias após a semeadura, cerca de 21 dias após a enxertia, realizando-se poda aos 270 DAS (90 dias após estresse - DAE), avaliando-se em cada experimento, aspectos de crescimento, fisiológicos e a tolerância das plantas à salinidade da água, aos 90 DAE - (antes da poda) e aos 180 DAE (final do experimento). Os dados foram submetidos à análise de variância (teste F), procedendo-se, para as combinações copa/porta-enxerto, o teste de agrupamento de médias (Scott-Knott, a 5% de probabilidade) em cada nível de salinidade. A classificação das combinações quanto a tolerância à salinidade foi realizada com base na redução da produção de fitomassa seca total. A salinidade resultou em redução das variáveis na maioria dos genótipos estudados, afetando, principalmente, a área foliar, o número de folhas, a fitomassa seca, a fluorescência máxima em condições de claro e a área foliar efetiva, podendo-se indicá-las como as variáveis responsivas ao estresse salino. As três progênies possuem genótipos com potencial para cultivo em condições salinas, em especial, as combinações copa/porta-enxertos oriundas do cruzamento entre a Tangerineira ‘Sunki’ seleção da ‘Flórida’ e a Tangerineira ‘Benecke’, nas quais se identificou o maior número de genótipos tolerantes.