Atualmente um dos problemas de saúde que cada vez mais ganha destaque em escala mundial são as patologias hepáticas. Este fator contribui para que a indústria farmacêutica desenvolva novas drogas hepatoprotetoras e que sejam realizadas pesquisas testando produtos naturais que possuam potencial hepatoprotetor e que atuem deprimindo o estresse oxidativo e estimulando a proteção contra danos ao DNA. No Brasil, realiza-se várias pesquisas sobre a atividade hepatoprotetora e genoproterota de diferentes própolis de Apis mellifera, entretanto não existem estudos com a própolis vermelha produzida no semiárido do Rio Grande do Norte. Sendo assim, a presente pesquisa teve por objetivos avaliar o efeito hepatoprotetor do extrato hidroetanólico da própolis vermelha produzida pela abelha Apis mellifera, obtido junto a apicultores do semiárido do Rio Grande do Norte. Foram determinadas a composição química e atividade antioxidante da própolis da referida abelha, o potencial hepatoprotetor, através da indução da cirrose experimental em ratos; além da avaliação in vitro do potencial antineoplásico da própolis em linhagem de células de carcinoma hepático humano (HepG2), e também do potencial genoprotetor em linhagem de células normais (L929), expost s o per xido de hidrog nio H2O2). As amostras apresentaram teores de fenois totais de 74,92±0,51 a 141,07±1,27 mg GAE/100g, flavonoides de 2,42± 0,17 a 8,35±0,28 mg QE/100g e atividade antioxidante IC50 de 129,10±0,49 a 54,14±1,50 μg/ml. O extrato da própolis não apresentou citotoxicidade em células normais e apresentou efeito antigenotóxico ou genoprotetor, com percentuais de redução de genotoxicidade de 90,17% ±3,01; 71,15%±2,64 e 43,07%±2,64 respectivamente, para as concentr ções de 500, 250 e 100μl/ml do extrato. Os resultados dos níveis séricos das enzimas indicadoras de lesão hepática alanina aminotrasferase (ALT) e aspartato aminotrasferase (AST), indicaram que o extrato hidroetanólico da própolis não causou toxicidade hepática e exerceu efeito hepatoprotetor frente ao dano hepático induzido pela tioacetamida (TAA). Através da avaliação macroscópica e histológica dos fígados foi possível também sugerir que o extrato da própolis analisado exerceu efeito hepatoprotetor na gravidade da cirrose, uma vez que nos fígados dos animais do grupo tratados foi possível constatar que os nódulos regenerativos característicos da cirrose foram menores e mais discretos, quando comparados aos dos animais do grupo cirrótico. Da mesma forma, houve redução significativa do percentual de colágeno do grupo tratado em relação ao grupo cirrótico, demonstrando o efeito hepatoprotetor da própolis, o qual foi capaz de reduzir o dano aos hepatócitos, embora não tenha sido verificada diferença estatística do peso dos fígados nos referidos grupos, a análise estereológica demonstrou que houve diferença significativa no percentual de hepatócitos e de colágenos entres esses grupos. Assim, conclui-se que o extrato da própolis vermelha apresenta composição química variada e promissoras atividades farmacológicas, destacando-se a antioxidante, não citotóxica, genoprotetora e hepatoprotetora, visto que exerceu efeito hepatoprotetor mediante a lesão hepática induzida pela TAA.