Introdução: As metástases ósseas conferem grande morbi-mortalidade em pacientes com Carcinoma diferenciado de tireoide (CDT). Historicamente, seu tratamento limitava-se ao uso de Radioiodoterapia (RAI) e abordagens localizadas. Atualmente, baseado principalmente em evidências para outros tumores sólidos, os bisfosfonatos foram incluídos no arsenal terapêutico desses pacientes. Materiais e Métodos: Esse estudo avaliou retrospectivamente 50 pacientes com CDT e metástase óssea em acompanhamento em um centro oncológico, entre 1994 e 2018. As características clinico-patológicas, a ocorrência de eventos relacionados ao esqueleto (ERE), assim como as abordagens terapêuticas realizadas foram coletados. Resultados: A mortalidade específica de doença foi 44% e esses pacientes desenvolveram com maior frequência EREs (90,9% vs 67,9%, p=0,05) e doença óssea mais extensa (40,9% desenvolveram 6 ou mais lesões ósseas) quando comparados aos sobreviventes (10,7%, p=0,03). Dos 50 pacientes incluídos, 45 receberam RAI e 22 receberam terapia adjuvante com Ácido Zoledrônico (AZ) e 28 não. O mesmo grupo de indivíduos foi analisado, antes e após a terapia com AZ e a incidência de ERE caiu de 1,81 (0-8) para 0,29 (0-7), p=0,006. Em relação a sobrevida global, houve
uma tendência à melhora no grupo tratado (comparando-se os grupos com e sem AZ, 147 vs. 119 meses, p=0,06) e foi significativamente maior nos pacientes que apresentavam metástases ávidas por RIT, 155 (125-185) vs, 120 (85-157) meses, p<0,01. Conclusão: O AZ diminuiu a frequência de novos EREs e possivelmente apresenta impacto positivo na sobrevida global de pacientes com doença óssea metastática por CDT. O sucesso da terapia com RAI para melhora da sobrevida está diretamente associado com a captação de 131I nas lesões esqueléticas.