escola, em seu contexto social, reflete as tensões diante do diferenciado público que a
constitui, pois a diversidade se faz presente. As relações são complexas. Entretanto, a escola,
como inclusa nessa sociedade que percebe as mudanças de comportamentos, precisa se
impulsionar para gerar mudanças, para se reinventar, para abandonar o ideário de que todos
aprendem da mesma forma e no mesmo tempo, e acreditar que cada um tem um potencial
diferenciado, que precisa ser valorizado. A escolarização de alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação tem desafiado os
espaços escolares a construírem novas/outras lógicas de ensino, a reinventar os fazeres
pedagógicos. Além disso, fica claro que a escola e os sistemas de ensino devem envidar
esforços para que os alunos com alguma dessas características tenham garantido o direito ao
Atendimento Educacional Especializado (AEE) para vencer possíveis dificuldades na
aquisição das competências educacionais. Diante disso, faz-se necessário o estudo de
estratégias que orientem o processo de ensino, reconheçam as potencialidades dos sujeitos e
invistam em adaptações necessárias para o seu pleno desenvolvimento, mesmo diante de suas
dificuldades e deficiências. Diante de tais questões surgiu a indagação: Como os professores
de sala de recursos, vistos como referência da educação inclusiva nas escolas regulares, têm
lidado com esse desafio? Para tal, o presente estudo foi fundamentado em legislação que rege
as políticas públicas educacionais na Perspectiva da Educação Inclusiva, nas orientações do
MEC quanto ao trabalho do AEE e na implementação e funcionamento das Salas de Recursos
Multifuncionais (SRM). Somam-se a esse referencial pesquisas sobre Mediação Pedagógica
na perspectiva de Vygotsky (1987, 1989, 1995, 1997, 2007) e Feuerstien (1980, 1989, 1991,
1994, 1997), Glat (2004, 2007, 2010, 2012), Mantoan,(1998, 2003, 2006, 2007, 2014),
Mazzota,(2005), Meireles, (2010, 2014, 2015) Mendes (1995, 2006) Moreira (1997, 2011,
2012, 2016) Pintor, (2011, 2017) e Sassaki, (1997,2007). . O produto desta pesquisa é um
Guia Orientador para nortear as intervenções pedagógicas junto aos Professores das SRM,
que contém instrumentos para o processo de avaliação e de elaboração do Plano de AEE e do
Plano Educacional Individualizado (PEI), para o atendimento de alunos em situação de
deficiência e visando o seu desenvolvimento integral, orientando, também, a construção de
currículos adaptados e a sua flexibilização. O estudo foi desenvolvido junto às SRM
pertencentes às escolas públicas, no município de Niterói. O trabalho de pesquisa foi
direcionado para a pesquisa-ação, que reflete como uma das muitas diferentes formas de
investigação-ação, sendo definida como toda tentativa continuada, sistemática e
empiricamente fundamentada de aprimorar a prática. O Guia Orientador visa assegurar e
promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais
por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e sua cidadania.