O cultivo de macieira é uma atividade de fundamental importância, uma vez que o Brasil
passou de importador para produtor e exportador desta fruta. Nas condições climáticas do Sul
do Brasil o crescimento vegetativo das macieiras é excessivo, sendo intensificado pelo uso de
tela antigranizo. O adequado balanço entre o desenvolvimento vegetativo e a frutificação
nessa cultura é imprescindível. Assim, o manejo do crescimento vegetativo de macieiras pode
ser obtido através de meios naturais como a poda ou através da aplicação de inibidores da
biossíntese de giberelina, como proexadiona cálcica (PCa) e trinexapaque-etílico (TPE). O
efeito da aplicação desses reguladores de crescimento depende da dose, da época e do número
de aplicações e do vigor da planta. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o
efeito de diferentes doses e épocas de aplicação dos inibidores da biossíntese de giberelinas
PCa e TPE sobre o crescimento de ramos e a qualidade dos frutos na colheita e em póscolheita,
nas macieiras ‘Fuji Kiku’ cultivadas a pleno sol e sob tela antigranizo e nas
macieiras ‘Cripps Pink’ cultivadas sob tela antigranizo, nas condições climáticas de Vacaria,
RS. Para tanto, foram realizados três experimentos, descritos como capítulo I, II e III. Nos
experimentos do capítulo I e II foram utilizadas macieiras ‘Fuji Kiku’, enxertadas sob
Marubakaido com interenxerto de M.9, cultivadas no experimento I a pleno sol e no
experimento II sob tela antigranizo de cor preta. No experimento do capítulo III foram
utilizadas macieiras da cultivar Cripps Pink, enxertadas sobre M.9, sob tela antigranizo de cor
preta. Ambos os experimentos foram executados nos ciclos 2015/2016 e 2016/2017, onde
utilizou-se diferentes doses de TPE e PCa, quando as brotações apresentavam comprimento
médio dos ramos do ano de 5 cm. No experimento do capítulo I, PCA e TPE em três
aplicações, controlam de forma eficiente o crescimento de ramos em macieiras ‘Fuji Kiku’
enxertadas sobre Marubakaido/M9, porém a magnitude do efeito é variável em função da
carga de frutos. Além disso, não houve diferença entre os reguladores no controle do
crescimento de ramos. No experimento do capítulo II, ambos os reguladores de crescimento
reduzem o crescimento de ramos de macieiras ‘Fuji Kiku’ enxertadas sobre Marubakaido/M9,
cultivadas sob tela antigranizo, porém a magnitude da eficiência de controle varia entre as
diferentes porções do dossel, e ainda é fortemente influenciada pela carga de frutos, sendo que
PCa é mais eficiente que TPE. No experimento do capítulo III, PCa e TPE controlam
eficientemente o crescimento de ramos em macieiras ‘Cripps Pink’ enxertadas sobre M.9,
cultivadas sob tela antigranizo, com incremento do calibre e da coloração dos frutos. Diante
dos resultados verificados, é evidente a eficiência de PCa e TPE no controle do crescimento
vegetativo de macieiras, sendo sua efetividade variável de acordo com a carga de frutos e o
ambiente de cultivo. Ainda, esses inibidores da biossíntese de giberelinas não interferem
negativamente na qualidade dos frutos.