Foram realizados três experimentos, independentes entre si, com vistas a
estudar temas associados à eficiência reprodutiva de caprinos e bovinos.
Foram objetivos, respectivamente: 1) estudar o efeito da oferta de uma dieta
em nível de manutenção, em comparação com a ingestão ad libitum, sobre o
comportamento sexual e a qualidade seminal do sêmen criopreservado de
machos caprinos; 2) comparar a qualidade seminal do primeiro e do
segundo ejaculados de machos caprinos do sêmen fresco e criopreservado;
e, 3) a adição do homeopático Arnica montana 6 CH ao meio de maturação
de oócitos bovinos submetidos ou não ao estresse térmico. No primeiro
experimento, foi fornecida uma mesma dieta padrão em manutenção (n = 5)
e ad libitum (n = 5) a dez bodes jovens da raça Alpina. Foram avaliados
parâmetros nutricionais, fisiológicos, biométricos, histológicos e
espermáticos pós-descongelação. Nesse estudo, o fornecimento da dieta em
manutenção resultou em menor (p <0,05) escore corporal, volume
espermático e circunferência testicular e aumento (p < 0,05) do número de
defeitos espermáticos menores e totais. Entretanto, não houve diferença
entre os tratamentos (p > 0,05) quanto à síntese de testosterona,
comportamento sexual, marcadores de estresse oxidativo no testículo,
turbilhonamento, motilidade, vigor, concentração espermática, integridade
funcional da membrana plásmática, termorresistência, integridade das
membranas plasmática e acrossomal, presença de espécies reativas de
oxigênio (ERO) e peroxidação lipídica da membrana plasmática. Portanto, o
fornecimento da dieta em manutenção não compromete a capacidade
reprodutiva de caprinos jovens, podendo, ainda, reduzir custos de produção.
No segundo experimento, foram comparadas as qualidades seminais do
primeiro e segundo ejaculados frescos e congelados de machos caprinos
jovens por citometria de fluxo. O primeiro ejaculado apresentou maior
porcentagem (p < 0,05) de defeitos menores e totais no sêmen fresco e pósdescongelação.
Entretanto, os tratamentos não diferiram (p > 0,05) quanto à
cor, aspecto, volume, turbilhonamento, motilidade, vigor, concentração
espermática, termoresistência, reatividade no meio hiposmótico, integridade
das membranas plasmática e acrossomal, presença de ERO e peroxidação
lipídica da membrana plasmática. Entretanto, apesar de demonstrarem
qualidade seminal similiar, os ejaculados apresentaram diferenças quantos
aos fatores que comprometem a viabilidade espermática pós-congelamento.
No terceiro experimento, foi avaliado o efeito da adição do homeopático
Arnica montana ao meio de maturação in vitro (MIV) de oócitos bovinos
submetidos ou não ao estresse por calor (EC). O experimento foi dividido em
duas etapas: com ou sem EC. O controle (sem estresse) consistiu em
maturação a 38,5 °C por 24 h, enquanto no EC a maturação foi procedida a
41 °C por 12 h seguidas de 12 h a 38,5 °C. Exceto pelo tratamento controle,
em ambas as condições foram adicionados aos meios de MIV álcool (veículo
homeopático, 30 % v/v) ou Arnica montanahomeopática 6 CH. Foram
avaliados presença de ROS nos meios de MIV, configuração da cromatina
dos oócitos, taxas de clivagem e formação de embriões no sétimo dia de
cultivo (D7), classificação embrionária e total de células nos blastocistos. Na
maturação na ausência do EC, a Arnica montana 6 CH reduziu (p < 0,05) as
taxas de clivagem e blastocistos em D7 em relação aos demais tratamentos.
Contudo, na presença do EC, o tratamento Arnica montana 6 CH apresentou
a maior (p < 0,05) contagem de blastômeros dentre todos os tratamentos. O
EC resultou em menores taxas de embriões em D7 e blastocistos
expandidos que os demais tratamentos (p < 0,05). Portanto, a homeopatia
apresentou resposta diferentequando aplicado ou não o estresse térmico,
sendo prejudicial à maturação oocitária e ao desenvolvimento embrionário
na ausência do estresse, mas benéfica na presença do EC, demonstrando,
assim, potencial termoprotetor na MIV de oócitos bovinos.